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MPES abre investigação e pode pedir afastamento do delegado Piquet

A“carteirada” do carioca Leandro Piquet pode lhe custar caro. O delegado surtou porque o ônibus atrapalhava seu ensaio fotográfico com sua esposa na “guarderia” da praça dos desejos, no bairro Praia do canto. O escândalo foi abafado com sua remoção da Delegacia da Praia do Canto para o plantão da Delegacia de Homicídios, por ordem do Chefe de Polícia José Darcy Arruda. Mas só isso ocorreu até então.

Em busca de respostas, a Folha do ES contactou o Ministério Público (MP), que confirmou ter aberto a investigação contra Leandro Piquet, por meio de seu Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP). Os promotores já requisitaram documentos e informações sobre o caso. Vão apurar a fundo essa estória mal contada ocorrida na madrugada de 18 de dezembro de 2019.


Senhores da Redação:

Em atenção ao expediente a mim endereçado, informo que a Promotoria de Controle Externo já instaurou o procedimento, expedindo ofícios e está aguardando retorno e documentos, que foram requisitados. Aproveito essa oportunidade para dizer que para maiores informações indico entrar em contato com a Assessoria de Imprensa do MPES. Esperando ter atendido por ora o que foi solicitado. Envio minhas considerações.

Jerson Ramos de Souza


A sociedade tem o direito de saber, as Instituições o dever de apurar e a imprensa o dever de informar, porque há interesse público envolvido no suposto crime de abuso de autoridade e improbidade administrativa.

O CASO

O motorista da empresa “Águia Branca”, Marcos Toniato Gonçalves, denunciou o delegado Piquet na Corregedoria da Polícia Civil. Ele foi acompanhado de seu advogado Rodolpho Alexandre Lellis de Aguiar. O motorista se diz vítima de abuso de autoridade e decidiu denunciar o fato há cinco meses. Segundo fontes, o delegado acusado chegou a apontar sua arma e dar ordem de prisão contra os motoristas por crime de desacato a sua autoridade, mas a PM e a guarda municipal não cumpriram.

Veja a 1ª matéria e entenda o ocorrido.

Leandro Piquet rebate e se diz vítima de uma “conspiração internacional da KGB” por ser pré-candidato a vereador de Vitória. Só não explicou porque foi removido da Delegacia da Praia do Canto para o plantão da Delegacia de Homicídios, após o suposto crime de abuso de poder denunciado. Ou seja, muito antes de se lançar pré-candidato a vereador da capital.

Piquet também não apresentou nenhum documento oficial à Folha do ES, que comprovasse sua inocência ou falsidade da reportagem, nem mesmo pedido de resposta. Só usou seu Zap para fazer o discurso clichê dos políticos acusados: “agora sou um alvo político porque sou candidato a vereador, por isso sou vítima de Fake News”.

Entretanto, essa politização dos fatos é uma cortina de fumaça que não vai colar no MP, até porque o suposto crime de abuso de autoridade ocorreu em 18 de dezembro de 2019 e o delegado só se anunciou candidato a vereador essa semana (abril/2020).

Curioso é que, na contramão do padrão das pessoas inocentes, Leandro Piquet não processou o seu denunciante, nem por danos morais nem por ataque à sua honra. Mas, insiste que a vítima mentiu na Corregedoria para prejudicá-lo. Isso seria um outro crime do motorista, agora de denunciação caluniosa, mas o delegado acusado também “deixou quieto” e não pediu punição, o que é no mínimo crime de prevaricação dele próprio (omitir dever de ofício).

Da mesma forma, os Policiais Militares e a Guarda Municipal deveriam ser denunciados por Leandro Piquet por não terem cumprido a sua ordem de prisão contra os motoristas, cerca de 20 profissionais. Por qual motivo não o foram?

Ao que parece, o acusado pisa em ovos para a corda no esticar. A defesa do delegado insiste em uma situação muito atípica, talvez inédita: a suposta vítima paga um advogado e vai à Corregedoria de Polícia Civil denunciar um delegado por abuso de poder, onde não tem nenhum ganho financeiro e ainda perde tempo de trabalho, para simplesmente mentir e inventar uma estória contra o policial? Podendo ainda ser retaliado pelo poder e relacionamentos do acusado, numa briga Davi x Golias?

Diante de tanta incoerência e fios desencapados, espera-se no mínimo que o MP colha os depoimentos de todas as testemunhas presentes, como os motoristas da Empresa “Águia Branca”, o fotógrafo contratado, a esposa do acusado e o próprio delegado denunciado. E que requisitem as gravações das ligações efetuadas por Leandro Piquet ao CIODES, ordenando que a PM e a guarda municipal prendessem os motoristas por crime de desacato a sua autoridade. As câmeras de vigilância da “guarderia” na praça dos desejos, no bairro Praia do Canto, também podem ajudar na investigação, se as imagens ainda estiverem gravadas.

A Corregedora-Chefe da Polícia Civil Fabiana Maioral também recebeu questionamentos da Folha do ES por e-mail, pedindo informações sobre a investigação do órgão contra o Delegado Piquet. Mas até o encerramento dessa reportagem não houve retorno.

 

Fonte: folhadoes.com

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