Ela estava morando em Vila Velha e foi presa na manhã desta quarta-feira (10)
Seis anos após torturar e matar o sobrinho de 2 anos, Bianca Ferreira Brandão, de 37 anos, foi presa na manhã desta quarta-feira (10), em Vila Velha. A Justiça havia emitido mandado de prisão preventiva contra ela em dezembro de 2017.
Na época do crime, Bianca foi detida no bairro Oriente, em Cariacica, e ficou presa por 7 meses mas ganhou o direito de responder em liberdade.
Além da mulher, mais três pessoas foram presas na operação. São eles: José Fernando Rocha Gaudino, de 35 anos, preso na Serra por porte ilegal de arma de fogo; Ricardo Antônio de Brito, de 40 anos, preso em Cariacica por receptação; Wilson Manoel Veigas, de 41 anos, preso em Cariacica por violência doméstica.
Gabriel Gomes da Silva foi espancado pela acusada, que era tia de consideração dele, até a morte no bairro Oriente, em Cariacica. Ela chegou a ser presa no dia 18 de março de 2011. O marido de Bianca, o ajudante de pedreiro Ivanildo Gomes – irmão da mãe de Gabriel – já tinha sido detido pela polícia na ocasião.
Segundo a polícia, Bianca fugiu deixando Gabriel morto, embrulhado em um cobertor, em um espaço entre a cama e o armário. Ela saiu sem ser percebida, levando a filha de um ano e três meses. Ela foi detida e levada, inicialmente para o DPJ de Cariacica, de onde foi encaminhada para a Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa.
Segundo informações da polícia, o menino estava com os braços quebrados e apresentava diversos hematomas pelo corpo. Gabriel morava com os tios havia sete meses, desde que a mãe e o pai dele foram presos – ela, por tráfico de drogas.
Vizinhos relataram que Gabriel era constantemente espancado pela tia. No dia 18 de março de 2011, pouco depois das 6 horas, um vizinho escutou os gritos da criança. Ele chegou a perguntar se Bianca estava agredindo o sobrinho. “Ela me respondeu que o menino estaria fazendo vômito e ela estava dando banho nele. Ainda pedi que ela levasse o menino ao médico. Mas ouvi os gritos dele. Pouco depois, vimos que ele estava morto”, disse Reginaldo Gonçalo de Araújo, vizinho que morava na casa em frente à de Bianca, em entrevista ao jornal A GAZETA na ocasião do crime.
“Tem mais ou menos cinco meses que essa criança passa por todo tipo de tortura nas mãos dela (Bianca). Agora, ela acabou matando o menino de tanto bater”, contou uma moradora do bairro na época.
A necropsia realizada no Departamento Médico Legal (DML) em Vitória, confirmou que o menino Gabriel Gomes da Silva foi vítima de espancamentos consecutivos. Segundo o médico legista José Carlos Frasson, que realizou o exame, Gabriel tinha múltiplas lesões na superfície corporal, diversas escoriações e manchas roxas. O braço direito da criança também estava quebrado.
O exame confirmou, também, que havia hemorragia e edema cerebral intensos, causados por traumatismo craniano. Outra situação que, segundo o médico, contribuiu fortemente para a morte de Gabriel foi uma infecção abdominal generalizada, causada por ruptura intestinal, provocada pelo espancamento.
“As manchas roxas estavam por todo o corpo do menino: pescoço, tronco, membros, face e cabeça. Além disso, também havia dois profundos ferimentos no lábio superior da criança”, ressaltou José Carlos Frasson.
O delegado Paulo Sarmento disse que as marcas no corpo do menino significam “espancamento contínuo e, por pelo menos, 10 dias consecutivos”.