Uma mulher relata que foi vítima de tentativa de feminicídio na última quinta-feira, em sua casa, no Morro do Chaves em Barros Filhos, na Zona Norte do Rio. A vítima, a copeira Claudia Cristina Pereira, de 29 anos, prestou queixa na 40ª DP (Rocha Miranda) e fez exame de corpo de delito na própria quinta-feira, e neste sábado abriu mais um registro de ocorrência no 180, Central de Atendimento à Mulher. O agressor, Antonio Marcos Alves da Silva, 34 anos, é ex-namorado de Claudia e pai de sua filha Sophia, de 1 mês e duas semanas. Segundo a vítima, ele tentou esganá-la depois que foi informado que a Defensoria Pública havia marcado uma audiência de conciliação para que ele começasse a pagar a pensão da menina. A vítima contou que só conseguiu escapar da tentativa de homicídio ao enfiar um dedo em um dos olhos do agressor.
Antonio Marcos entrou na casa de Claudia no início da manhã de quinta-feira sob o pretexto de buscar a carta de pré-acordo de pagamento de pensão alimentícia. No entanto, segundo a vítima, ele deu uma chave de braço nela na tentativa de enforcá-la. Sem conseguir respirar, Claudia enfiou um dedo em um dos olhos de Antonio Marcos e ele se desequilibrou. Nesse momento, ela conseguiu gritar e seu filho mais velho, de 13 anos, que estava dormindo, viu a cena e pediu socorro a outros moradores. Com receio do que poderia acontecer, Antonio Marcos fugiu pelas ruas da comunidade.
Claudia conta que Antonio Marcos estava com uma mala e acredita que ele tinha a intenção de matá-la e em seguida, levar a menina dentro do objeto e de, alguma forma, se desfazer dela.
— Ele nunca havia se mostrado agressivo. Mas ele já chegou com o plano de me matar. Às 7h da manhã ele já estava na minha casa, porque é um horário que ele sabia que não teria muita gente circulando. Para isso ele saiu da casa dele, no Engenho Novo, no máximo às 5h. Ele ainda disfarçou, brincou um pouco com a Sophia, e depois veio para cima de mim e me deu a chave de braço com o objetivo de me matar. Quando enfiei o dedo no olho dele, ele me empurrou em cima da minha bebê e ela começou a chorar muito e eu a gritar pedindo socorro, mas ele me pegou e começou a me esganar de novo. Se não fosse meu filho certamente não estaria aqui denunciando ele — diz.
Segundo Claudia, na delegacia, ela foi informada de que havia sido aberta uma medida protetiva e que a previsão era de que Antônio Marcos deva ser chamado para depor daqui a uma ou duas semanas, a contar de quinta-feira. Muito abalada, a copeira; que mora com a filha Sophia, filha de Antonio Marcos, e outros três filhos – o de 13 anos que pediu socorro, outro menino de 10, e uma menina de 4 anos -, pediu para que o padrinho de Sophia dormisse na casa dela no dia do ocorrido para garantir sua segurança e a dos filhos.
Na sexta pela manhã Antonio Marcos foi visto rondando a casa de Claudia e por isso, ela decidiu se mudar com os filhos. Além disso, a própria irmã do agressor, por meio de mensagens no celular, pediu para que Claudia saísse de casa com os filhos porque ele estava decidido a matá-la.
— Desde quinta-feira eu não tenho vida. Eu e meus filhos estamos presos, trancados em casa. Eles não podem ir para a escola e eu só saí mesmo para ir à delegacia. No 180 me orientaram a ir na Defensoria Pública na segunda-feira, mas eu temo que a situação continue a mesma. E eu e meus filhos não podemos continuar assim esperando pelo pior — diz Claudia.
Fonte: Extra