Mulheres ganham menos que homens e negros menos que os brancos no Espírito Santo. Enquanto elas ganham quase 76% menos, os negros recebem -65,2%.
É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (16). Os dados abrangem os anos de 2012 e 2018
Enquanto o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos foi de R$ 2.070 em 2018, o indicador, por sexo, mostrou estimativas de R$ 2 314 para os homens e de R$ 1.743 para as mulheres. A diferença chegou a 75,3%, enquanto em 2012 era 70,1%.
Já o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas brancas (R$ 2.699) era maior que os rendimentos de pessoas pardas (R$ 1.703) e pretas (R$ 1.634).
As pessoas de cor branca apresentaram rendimentos 30,4% superiores à média estadual (R$ 2.070), enquanto as pardas e pretas receberam rendimentos 17,7% e 21,1%, respectivamente, inferiores a essa média em 2018.
Na comparação direta, as pessoas de cor branca apresentaram rendimentos médios de todos os trabalhos 58,5% maiores que os das pessoas de cor parda e 65,2% maiores que os das pessoas de cor preta.
Em relação à escolaridade, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas com ensino fundamental completo foi de R$ 1.372.
O rendimento médio das pessoas com ensino médio completo chegou a R$ 1.693, enquanto o daquelas com ensino superior completo alcançou R$ 4.659.
Concentração de renda
A Pnad também revela que, dos 4 milhões de residentes no Espírito Santo, 400 mil pessoas (10% da população) concentram 40,7% da massa de rendimentos.
Outros 10% da população com os menores rendimentos, de acordo com a Pnad, detinham apenas 1,2% da massa entre esses anos.
Em 2018, do total populacional, cerca de 2,5 milhões (61,9%) possuíam algum tipo de rendimento. Por trabalho eram 45,7% (1,8 milhão).
Já 22,5% (891 mil) apresentavam algum rendimento proveniente de outras fontes. Em 2012, essa proporção era de 21,7% (801 mil).
O destaque fica para a aposentadoria ou pensão, recebida por 13,7% da população residente no Espírito Santo em 2018 (com valor médio R$1.840).
De acordo com o IBGE, o rendimento médio de todas as fontes registrou crescimento de 2,2% em relação ao ano anterior, atingindo o valor de R$ 2.073.
O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência) apresentou o valor de R$ 2.070 e o rendimento médio proveniente de outras fontes foi de R$ 1.497.
A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita no Espírito Santo alcançou R$ 5,1 bilhões em 2018, com rendimento médio de R$ 1.282 no estado.
Segundo o IBGE, cerca de 73,8% desse valor era composto pelo rendimento do trabalho. Os 26,2% provenientes de outras fontes se dividiam em rendimentos de aposentadoria ou pensão (19,7%), aluguel e arrendamento (2,6%), pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador (1,1%) e outros rendimentos (2,8%).
Nas demais categorias, os percentuais da população com rendimento naquele ano foram: 5,4% (outros rendimentos, categoria que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança, etc.); 2,2% (pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador); e 2,9% (aluguel e arrendamento).
O índice de Gini, que mede a concentração de distribuição e varia de zero (perfeita igualdade) até um (desigualdade máxima), do rendimento médio mensal real domiciliar per capita, foi estimado em 0,509 para o Espírito Santo, o 9º menor do país.
Fonte: ES HOJE