Mau humor, cansaço, sonolência, dor de cabeça, alterações gastrointestinais e até dificuldade em emagrecer são algumas consequências de noites de sono mal dormidas causadas por problemas como insônia e diversos outros distúrbios do sono. Na busca por um sono reparador, muita gente opta por usar remédios para dormir.
Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que cerca de 300 mil capixabas tomam remédio para tratar insônia. Segundo médicos, mais de 120 mil são dependentes de medicamentos e só dormem com a ajuda deles.
Para a neurologista Michele Demuner, o uso contínuo dos chamados benzodiazepínicos, muito usados para insônia, pode causar problemas cognitivos e de memória, além de dependência química e psicológica, especialmente quando o uso não é feito com acompanhamento médico.
“O número de 120 mil dependentes em medicamentos para dormir no Estado talvez ainda seja baixo perto do que vemos no consultório, especialmente porque muita gente usa sem acompanhamento médico. A retirada do medicamento é difícil, porque o paciente fica acostumado a pegar no sono rapidamente e acha que sem o remédio não vai mais conseguir dormir”, explicou a neurologista.
Manter uma rotina com horários regulares para tomar banho, comer e deitar, além de evitar o uso de celular, computador e televisão antes da hora de deitar são dicas de um conjunto de práticas chamado higiene do sono, que pode melhorar a insônia e outros distúrbios sem uso dos medicamentos.
“O tratamento contra insônia e demais distúrbios do sono não pode ser feito sem acompanhamento médico. É preciso descobrir a causa para iniciar o tratamento, que nem sempre precisa ser feito com a ajuda de medicamentos”, explicou a pneumologista Ciléa Martins.