Entidade pede que direitos sejam respeitados e diz que ele vem sendo submetido à tortura

Claudio Lamachia, presidente da OAB, afirma no documento que a entidade, sem entrar no mérito das razões da prisão, está preocupada com as “violações de direitos humanos” sofridas pelo executivo.
“Ghosn se encontra em prisão preventiva injustificada, submetido a condições que violam sua integridade física e moral, com claro intuito de obter confissão sob tortura”, diz o documento ao qual a reportagem teve acesso.
A manifestação da OAB é resultado de um pedido do escritório Siqueira Castro Advogados -um dos sócios é próximo da família de Ghosn há anos.
Os familiares do executivo -que tem cidadanias brasileira, libanesa e francesa- vem insistindo para que o Brasil se envolva mais diretamente no caso, alegando violações dos direitos humanos.
De acordo com relatos dos familiares, Ghosn estaria sendo mantido numa cela minúscula, com luzes acessas dia e noite e sem roupas adequadas para o rigoroso inverno japonês. Eles dizem que o executivo perdeu 15 quilos e vem tendo episódios de febre e delírios.
Nesta semana, Ghosn trocou sua equipe de defesa em Tóquio e contratou o advogado japonês Junichiro Hinoraka, apelidado no país de “a Navalha” e conhecido por conseguir absolvições no rígido judiciário japonês, onde as taxas de confissão são muito altas.
Também nesta semana, a Renault, que vinha apoiando o executivo, cancelou um pacote de indenização de Ghosn de 30 milhões de euros. A montadora informou ainda à Justiça francesa que encontrou uma transferência suspeita que teria pago as despesas do luxuoso casamento do executivo no Palácio de Versalhes. Com informações do Noticias ao Minuto.