A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um comunicado, nesta 4ª feira (29.jun), pedindo para que os laboratórios intensifiquem as contribuições documentais para descobrir a origem da hepatite aguda desconhecida. A doença atinge, sobretudo, crianças e jovens menores de 16 anos e já foi notificada em 33 países.
Segundo o chefe de doenças transmissíveis da Opas, Ruben Mayorga, embora seja uma doença grave em crianças e motivo de preocupação, a ocorrência permanece pouco frequente. Ele ressaltou, no entanto, que é importante “continuar monitorando a situação e investigando os casos prováveis”.
Os cientistas investigam várias hipóteses sobre a causa das mais de 900 ocorrências de hepatite desconhecida, incluindo fatores toxicológicos ou medicamentosos, alimentícios, imunológicos, bem como ambientais ou infecciosos. Até o momento, nenhuma das possibilidades foi comprovada, mas continuam sob testes.
O adenovírus humano, que geralmente causa infecções gastrointestinais ou respiratórias leves e autolimitadas em crianças, também está entre os agentes infecciosos investigados. Uma vez descartadas outras opções, a orientação da Opas é considerar testes adicionais, como um painel respiratório, ou para enterobactérias e outros patógenos menos frequentes.
De acordo com o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), grande parte dos casos notificados foi relatada na Europa, com 460 ocorrências. O segundo maior número foi registrado nas Américas (383), seguido pela Região do Pacífico Ocidental (61), Sudeste Asiático (14) e Região do Mediterrâneo Oriental (2).
Além disso, 18 mortes suspeitas da doença foram registradas, todas em crianças, e 45 transplantes de fígado foram contabilizados. Análises preliminares mostram que o quadro clínico da doença consiste em inflamação do fígado e inclui elevada taxa de enzimas hepáticas, fraqueza, vômito, diarreia e dores abdominais.