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Padre Romário de Boa Esperança está proibido de falar sobre Magno Malta. Pode vir praga por aí?

Padre Romário cumpre ordens de advogado e não fala com imprensa sobre processo que enfrenta na justiça movido por Magno Malta.

Imagem da diocese de São Mateus

A polêmica envolvendo o padre e o senador está sendo vista por fiéis como represália para igreja católica, conta um padre que não quis se identificar, o religioso fala que o padre Romário é um homem de Deus e sua luta é em prol dos mais necessitados.

Não sou investigado de nada, mas não vou me acovardar por causa de voto não, padre, a minha honra não tem preço

Numa gravação de vídeo publicada essa semana em sua rede social, Magno Malta disse que ninguém tem direito de atacar a honra de ninguém, o padre vai pra missa e me chamou de “Bandido”, vou tomar a providência contra qualquer um, seja padre, polícia, juiz… não é qualquer cidadão que tem esse direito, ele pode pensar diferente de mim, eu aceito ele pensar diferente, a minha honra, o meu nome, vale mais que um voto, disse o senador.

Nossa reportagem entrou em contato com a paróquia de Boa Esperança, quando identificamos sobre a questão que envolve as partes, a secretária disse que o Padre Romário atende recomendações do seu advogado e no momento não pode gravar entrevista, nem comentar sobre o assunto.

Especialistas de marketing e comunicação de relações políticas foram procurados, mas, ninguém quis expor suas ideias e opiniões sobre a polêmica do senador com o religioso de Boa Esperança.

Segundo moradores antigos de uma cidade do interior do Espirito Santo, certa vez um senhor de idade não revelada, era prefeito de uma pacata cidade do estado, em meados dos anos 80, e naquela época havia festa da cidade e um certo padre de nome não identificado pediu que o político mandasse desligar o som da festa, pois estava atrapalhando a celebração, o prefeito se recusou e disse que não faria, o padre disse que ele nunca mais ganharia uma eleição.

O Ex-prefeito, depois desse evento com o religioso, já disputou várias eleições, entre as disputas, foram para deputado estadual, prefeito e não ganhou nem para vereador, pior que nesse caso a praga do padre pegou.

Saiba mais…

Sabemos que o duelo é de gigantes, não dá para prever esse futuro em se tratando de dois religiosos, nos resta aguardar os próximos capítulos dessa história ainda sem fim.

Em setembro de 2010 Bispos católicos distribuirão carta contra Magno Malta nos cultos

Vitória-ES: A carta dos bispos do Estado, recomendando aos fiéis que não votem no senador Magno Malta (PR) ganhou as igrejas e as ruas neste fim de semana.
Entregue no final das celebrações e missas no Estado inteiro, a carta foi lida pelos padres e lideranças da Igreja para divulgar o conteúdo do documento.

Nos meios políticos, a carta ganhou grande projeção na semana passada. Isto porque o conteúdo é direcionado ao senador Magno Malta (PR), que vem defendendo como bandeira para sua reeleição ao Senado o combate à pedofilia.

As leituras sobre a carta foram variadas. Foram de uma reação ao tema pedofilia, já que a Igreja enfrenta em nível mundial uma série de denúncias desse tipo de crime praticado por clérigos, passando pelo interesse em recuperar a influência política perdida para os evangélicos, o que vem acontecendo desde a década de 80, à utilização do documento como uma forma de reforçar o interesse do governador Paulo Hartung em destruir Malta politicamente.
Hartung não é simpático à postura política de Magno Malta e vem buscando desprestigiá-lo, agora – ao que se comenta – contando com o apoio da cúpula da Igreja Católica, que sempre serviu como legitimadora da política do governador.

A carta cita o descontentamento com a aparição de dois padres de renome nacional na propaganda eleitoral do candidato. A cúpula da Igreja capixaba alega que os padres não deram permissão para a veiculação de suas imagens, o que é negado pelo candidato.

O documento orienta ainda que todos os católicos se posicionem criticamente diante da campanha de Malta, que coloca o foco na CPI da Pedofilia e na CPI do Narcotráfico. “Estes temas exigem nossa reflexão e atitude, mas não concordamos que a dor, a humilhação e o sofrimento das crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e trafico de drogas e de armas, sejam transformados em espetáculo para angariar votos”.

Além de Dom Luiz Mancilha Vilella, arcebispo de Vitória, assinam o documento os bispos Dom Décio Sossai Zandonade, de Colatina; Dom Zanoni Demettino Castro, de São Mateus, e o padre Antonio Tatagiba Vimercat, administrador diocesano de Cachoeiro de Itapemirim.
Embora tenha sido escrita pela cúpula para orientar os fiéis e devesse ficar dentro dos limites da Igreja, a carta extrapolou estes limites e vem sendo distribuída por cabos eleitorais de partidos e candidatos como anti-propaganda para Magno Malta.

Neste fim de semana, porém, a Igreja ganhou um reforço que vem de dentro do PT capixaba. Avessos à coligação fechada com os dois candidatos ao Senado, muitos petistas adotaram o discurso da Igreja e vêm levando para dentro do partido e para as lideranças do movimento social ligadas ao partido a carta para que o documento ganhe mais visibilidade.

Como faltam apenas duas semanas para a eleição, o efeito que a carta ganhará no mercado político pode não ser o objetivado pela cúpula da igreja. Mesmo porque as pesquisas eleitorais apontam uma situação consolidada para Magno Malta, que deve mesmo ficar com o primeiro voto ao Senado.

Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas
politica@capixabao.com

Internautas e entidades saem em defesa de Padre Romário

Entenda o caso envolvendo o senador Magno Malta e o padre Romário de Boa Esperança-ES.

O senador Magno Malta, PR-ES, moveu processo por calúnia, injúria e difamação contra o padre Romário Hastenreitter, de Boa Esperança, município do noroeste capixaba.

A ação foi em decorrência de o religioso ter criticado a atuação dos três senadores capixabas, Magno Malta, Ricardo Ferraço (PSDB) e a senadora Rose de Freitas (MDB),  durante  homilia lida na igreja, quando foi votada a reforma Trabalhista no Congresso Nacional, em 2017.

“Isso causa prejuízos aos trabalhadores, da mesma forma que a reforma da Previdência, que, felizmente, não foi adiante”, disse o padre.

Frente a frente

O padre Romário disse que ‘não vai se calar’ e garantiu que só irá à audiência no Fórum da cidade, no dia 20 deste mês,  com a presença do senador republicado. “Se ele mandar representante, não vou à audiência. Só irei se puder olhar cara a cara para dizer o que penso”, garante.

“questão da reforma trabalhista e também na reforma previdenciária, que não foi adiante, os três senadores atuaram como traidores da democracia, contra o povo”, critica o religioso.

Imagem de internet

“Fico bravo quando vejo políticos que foram eleitos para representar o povo e lutam por seus interesses”, afirmou o padre Romário.

Expectativa

A audiência, marcada para as 10h30m no Fórum local, pelo juiz Charles Henrique Evangelhista, já está movimentando a cidade, sendo esperada uma manifestação popular em favor do padre, que tem muita credibilidade no município.

O processo movido pelo senador está sendo visto em Boa Esperança como um verdadeiro tiro no pé, principalmente porque 2018 é ano eleitoral, e considerando que o padre Romário é muito querido no município.

 “Não tenho nada a esconder, fiz críticas públicas, sim, a traidores da democracia”, conclui o padre Romário.

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