O mínimo de sete crianças teriam sido abusadas pelo pedreiro Aloísio da Silva Bandeira, de 43 anos, assassinado na última terça-feira (6), em Novo Horizonte, na Serra, segundo a defesa do autor do homicídio, o motoboy Mário César Gadiol, de 30 anos.
No entanto, três vítimas procuraram a polícia até o momento. Uma delas é a filha de Mário, uma estudante de 12 anos, que prestou depoimento nesta sexta-feira (9). O estupro cometido por Aloísio contra a menina teria motivado o assassinato.
Santos Bandeira, de 23 anos. A jovem disse que os abusos começaram quando ela tinha apenas 3 anos e durou até os 10. A terceira vítima é uma menina de 10 anos, que hoje mora em Rondônia, no Norte do País.
Na última quinta-feira (8), Mário confessou ter matado Aloísio e foi preso. A filha do motoboy contou à madrasta que foi estuprada pelo pedreiro há cerca de cinco anos, quando ficava na casa da mulher dele, que era babá. O pai ouviu a história e cometeu o homicídio.
A filha do pedreiro chegou a fazer um desabafo nas redes sociais sobre os abusos, mas depois apagou. Ela conta que tomou essa decisão porque recebeu comentários questionando o fato de ela ter pedido justiça, mesmo sendo vítima do próprio pai.
“Imaginei que ele tinha feito isso só comigo e que já tinha se arrependido. Cheguei até a perdoá-lo”, disse a jovem, revelando que não teve tempo de dizer ao pai, em vida, que o havia perdoado. “Não sabia que ele tinha feito isso com outras pessoas”.
Hoje (9), a advogada de Mário, Carolina Bianchi, disse que encaminhou, para ser protocolado, um pedido de revogação da prisão temporária contra seu cliente e um habeas corpus.
O motoboy foi preso após ser flagrado em casa com a moto usada no crime, que era roubada. O delegado Romualdo Gianordoli, titular do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) pediu a prisão de Mário, que foi deferida pela Justiça. Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.
Pai de outra vítima procura a Polícia
Nesta sexta-feira, um pedreiro, de 44 anos, procurou a Divisão Patrimonial da Polícia Civil para dizer que a filha dele, de 10 anos, também foi abusada sexualmente por Aloísio. Segundo ele, o abuso aconteceu há cerca de quatro meses.
A menina ficava na casa do suspeito, enquanto ele e a mulher trabalhavam. Em um certo dia, o suspeito saiu do banheiro e mostrou o órgão genital para a menina e teria dito: “Aqui para vocês”. Assustada, a menina saiu da casa do suspeito e, ao chegar em casa, disse que não queria voltar à casa de Aloísio.
O caso só foi descoberto há três semanas, quando, após muita insistência, a menina contou para o pai o que havia acontecido. “Eu trabalho por conta própria e não tinha com quem deixar a minha filha. Ela ficava com o Aloísio e a esposa dele. Nós tínhamos uma amizade, bebíamos juntos e minha filha ficava lá com eles pela manhã. Só descobri depois que eu pressionei a minha filha”, contou.
O pai da criança disse ainda que a menina não falou sobre o caso com medo de que o pai pudesse fazer algo. “Ela não ficou com medo dele. Ficou com medo do que eu faria com ele, pois, se eu fizesse, ela não me veria mais porque eu iria ser preso. Nunca imaginei isso”, disse o pedreiro. “Graças a Deus, não aconteceu nada pior. Mas, se acontecesse… Deus me livre”, completou.
Fonte: Tribuna