Os investimentos da Petrobras no Espírito Santo — que chegarão a R$ 15 bilhões até 2023 — e a abertura do mercado de gás natural, pautada pelo governo federal, darão mais oportunidades a pequenas e médias empresas especializadas no setor de óleo e gás do Estado, criando empregos.
O governador Renato Casagrande recebeu, nesta segunda-feira (29), representantes da Petrobras no Palácio Anchieta, em Vitória, para discutir os investimentos da multinacional no Estado.
“É um Estado que tem produção onshore (em terra), em águas rasas, em águas profundas do pré-sal e em águas profundas do pós-sal. É como se o Espírito Santo fosse um microcosmo do que temos no Brasil”, disse o diretor-executivo de Relacionamento Institucional da Petrobras, Roberto Furian Ardenghy.
Também participaram da reunião, os secretários de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, e da Fazenda, Rogelio Pegoretti, além do diretor de Operações da ES Gás, Frederico Bichara, do gerente-geral da Unidade de Negócios da Petrobras no Espírito Santo, Ricardo Pereira, e do gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, Rodrigo Costa.
Atualmente, o Estado conta com 434 pequenas e médias empresas na cadeia de óleo e gás, prestando serviços ou vendendo produtos para grandes corporações como a Petrobras. Segundo o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, esse número cresceu 24% em um ano — e deve aumentar ainda mais.
“A cadeia de óleo e gás é a mais abrangente possível, vai desde a fabricação de componentes mecânicos até a prestação de serviços de toda natureza, como transporte, alimentação e logística”, disse o coordenador do Fórum, Durval de Freitas. Anualmente, a Petrobras investe cerca de R$ 3 bilhões em contratos com empresas do Estado.
“A Petrobras compra cerca de R$ 45 bilhões todo ano, e o Estado representa 8% disso. Temos de ampliar essa cultura. É importante também que as empresas procurem estar representadas por suas entidades de classe, para garantir seus interesses”, disse Durval.
Entre os investimentos previstos, o coordenador destacou a atuação da ES Gás, que deve desenvolver novos negócios a partir do ano que vem e impulsionar a industrialização do Espírito Santo.
Para o presidente da Rede Petro, Leonardo José de Castro Veloso, o setor de petróleo e gás do Estado tem capacidade para movimentar R$ 1 trilhão em dez anos.
“A concorrência deve ser positiva, pois aumenta o número de empresas. Naturalmente, micro e pequenas empresas são as que de fato promovem a inovação no setor. Mas o padrão de exigência técnica também é muito alto”, destacou Leonardo.
A Rede Petro é um associação de empresas fornecedoras de bens e serviços que buscam a criação de novos negócios para atender a cadeia de óleo e gás no Estado.
Para essas empresas, o apoio de mediadores que fazem a ponte com grandes corporações é essencial. É o que diz o diretor-comercial da Neo Vision, Lucas Jonis Silva. A empresa capixaba é especializada em serviços como inspeção de estruturas por meio de drones, e já inspecionou mais de 2 mil quilômetros de dutos da Petrobras.
“Especialmente para empresas de tecnologia, que oferecem um produto muito enxuto, tem de contar com uma rede de apoiadores. As empresas precisam muito desses mediadores, como a Rede Petro, para colocar-se em contato com a rede de contratantes”, disse Lucas.
Segundo ele, a empresa já conta com investidores interessados, e vê novas possibilidades com a expansão do setor de óleo e gás no Estado. “Temos desenvolvido plataformas para atender à indústria de um modo geral”, completou.
Fonte: Tribuna