“Já chegamos a 467 empresas na cadeia do petróleo e gás no Espírito Santo e queremos chegar a 1.000 empresas nos próximos cinco anos”. A fala é de Durval Vieira, presidente do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G), que tem o objetivo de apoiar as ações das organizações do setor que atuam no Espírito Santo no intuito de gerar negócios, empregos, soluções inovadoras e desenvolvimento com sustentabilidade.
No Dia Mundial do Petróleo, comemorado em 29 de setembro, a notícia é boa não só para os investidores que movimentam a economia a partir do petróleo e gás, mas também para aqueles que buscam uma oportunidade de trabalho e com bons salários, já que os ganhos médios na cadeia dessas commodities estão entre os mais altos dentre os diversos setores da indústria.
“Atualmente a cadeia gera cerca de 32 mil empregos e a meta é dobrar esse número em cinco anos. Um estudo mostrou que a remuneração na cadeia do petróleo é muito superior aos demais setores. Enquanto a remuneração média é de R$ 11 mil, no setor industrial é R$ 2,5 mil”, explicou Durval Vieira.
Entretanto a qualificação é necessária, segundo o presidente da FCP&G. A intenção é absorver a mão de obra capixaba, para que haja a mínima necessidade de contratar pessoal de fora, e por isso, o Fórum conta com atores como Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e demais instituições particulares de ensino técnico e superior.
“Queremos no ES ter pessoal mais qualificado e nossa grande luta é isso. Os empreendimentos que virão demandam pessoal qualificado e acreditamos que nosso pessoal vai ter condições de absorver esses empregos. Hoje temos uma aproximação com a academia para treinamentos qualificados de acordo com as necessidades”, explica Durval.
Cadeia
As empresas capixabas atualmente inseridas na cadeia de petróleo e gás são categorizadas em cinco setores de acordo com as atividades econômicas prestadas. O setor metalmecânico movimenta mais de R$ 2,1 bilhões por ano no ES; a construção civil; o setor de engenharia e projetos, que emprega mão de obra altamente qualificada; serviços e indústria geral, que atendem às exigências do mercado de P&G; e o setor do comércio, que vende máquinas, peças e produtos para suprir as demandas do setor petrolífero.
Petróleo e gás é o principal da indústria capixaba, representando 24% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, segundo informações do Fórum. São cerca de 29 bilhões de reais gerados anualmente no Estado, somente pela Petrobrás – estatal que completa 66 anos de existência no dia 3 de outubro – perdendo apenas para a mineradora Vale, que produz cerca de 14 bilhões anuais em solo capixaba.
Investimento de US$ 7,5 bilhões no ES
O Estado é o segundo maior produtor de petróleo do Brasil, com mais de 335 mil barris produzidos por dia e possui plataforma logística de portos, ferrovias, rodovias, aeroportos, centros de distribuição de cargas e indústrias e cadeia de abastecimento para fabricação de bens e prestação de serviços de engenharia, montagem e manutenção industrial.
De acordo com informações do FCP&G Até 2023 ainda é previsto para o Estado um total de investimentos que ultrapassam os US$ 7,5 bilhões diretamente no setor de petróleo e gás. Adiciona-se ainda, a reserva de cerca de dois bilhões de barris em terra e no mar.
“Somos um setor extremamente importante para o Espírito Santo. Temos duas atuações. O petróleo offshore, nas seis plataformas no nosso campo e o onshore, com cerca de 400 poços em terra. Mas 97% da nossa produção é no mar. E no mar, temos um cliente que é a Petrobrás, investindo R$ 16 bilhões de 2019 a 2023, além de comprar cerca de R$ 3,5 bilhões por ano no Estado”, explica Durval Vieira.
Recursos do Fundo Soberano nos portos
O Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses) foi criado na atual gestão para guardar receitas no intuito de “garantir o futuro das próximas gerações”, segundo o governador Renato Casagrande. Durante um ano, o Funses deve receber entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões.
Segundo o secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Marcos Navarro, é possível que o Estado utilize recursos do Funses para alavancar a implantação de portos e outros projetos que envolvem o setor do petróleo.
“Temos muitos investimentos privados. O Porto de Presidente Kennedy já obteve suas licenças e agora busca capital. É o porto que gerará mais investimentos do Estado, um projeto robusto, mas feito em fases. Temos o Itaoca Offshore, em fase final de documentação; o Porto da Imetame, muito importante para o Norte do Estado, assim com a Petrocity. Todos projetos importantíssimos para o Espírito Santo”, considera o secretário.
A Secretaria de Desenvolvimento do Estado (Sedes) participa do comitê estratégico do FCP&G, junto à Petrobras e às empresas Equinor , Prysmian e Shell, além da Findes.
Fonte: ES HOJE