Bananal Online

PF cumpre mandados em casas de câmbio clandestinas em Vitória e Vila Velha

Uma operação conjunta entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (4), com o cumprimento de mandados em Vitória e Vila Velha. Nomeada de ‘Cara Grande’, a operação teve o objetivo desativar três casas de câmbio que atuavam clandestinamente na compra e venda de moeda estrangeira e na remessa de valores para o exterior.

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais de proprietários e funcionários das empresas investigadas, em que foram apreendidos diversos documentos, equipamentos de mídia, além de uma quantia de dinheiro em espécie que não foi informada. A operação contou com a participação de 22 policiais federais.

Os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e pelos seguintes crimes previstos na Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional: operar instituição financeira sem autorização e efetuar operação de câmbio não autorizada com o fim de promover evasão de divisas do País. As penas podem chegar até 10 anos de reclusão.

A operação teve início com o recebimento de denúncia anônima relatando a atuação ilegal de empresários no comércio de moeda estrangeiras. Após realização de diligências preliminares, a Polícia Federal confirmou os fatos narrados na denúncia e mostraram que um dos empresários que vinha atuando ilegalmente já fora investigado pela prática dos mesmos crimes na Operação Paralelo, deflagrada em 2018.

Com o avanço das investigações, foram identificadas três empresas que atuavam no mercado de câmbio de forma clandestina, ou seja, sem a autorização do Banco Central.

Essas empresas compravam e vendiam moeda estrangeira em espécie e também realizavam remessas de valores para o exterior na modalidade conhecida como dólar-cabo. Nesse tipo de operação, o interessado em fazer um pagamento no exterior entrega o valor correspondente em reais para o doleiro no Brasil que, por sua vez, utiliza uma conta própria ou de terceiros no exterior para efetuar o pagamento solicitado pelo cliente. Após o início da pandemia do Coronavírus essas empresas deixaram de atender os clientes em seus endereços comerciais, porém não cessaram com as atividades ilegais no mercado de câmbio.

A operação policial recebeu o nome “Cara Grande” porque esse é um termo muito comum entre os doleiros quando negociam a compra de dólares em espécie. A nota de cem dólares nova tem uma imagem maior do ex-presidente americano Benjamin Franklin, por isso é chamada de “cara grande” ou “caruda”, em oposição às notas antigas impressas antes de 1996, chamadas de “cara pequena”. A alteração da imagem impressa nas cédulas foi uma das diversas reformulações promovidas pelo banco central dos Estados Unidos para dificultar a produção de notas falsas.

Segundo a polícia, ao comprar moeda estrangeira no mercado paralelo, com doleiros em vez de instituições autorizadas, há o risco de adquirir notas falsas. Além disso, a compra e venda no mercado negro contribui para fomentar a movimentação de recursos ligados a diversos tipos de atividades criminosas, como os tráficos de drogas, armas e animais silvestres, a corrupção, a sonegação e a lavagem de dinheiro. Todas essas atividades se utilizam dos serviços de doleiros para transferir recursos entre países sem chamar a atenção das autoridades policiais.

Fonte: Folha Vitória
Sair da versão mobile