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Pintura de pênis gigante causa polêmica em Nova York

Após reclamações de moradores, obra de arte foi removida

Mural com um pênis gigante pontado num edifício em Nova York pintada pela artista plástica sueca Carolina Falkholt / Foto: Reprodução/Instagram

Na véspera do Natal, um edifício residencial de quatro andares na Broome Street, em Manhattan, ganhou um mural que gerou polêmica entre os novaiorquinos. Uma imagem de um pênis gigante, pintada pela artista plástica sueca Carolina Falkholt. A repercussão foi tamanha que nesta quarta-feira a pintura foi apagada, por ordem do dono do edifício. Em entrevista ao “Guardian”, Carolina explicou que o pênis servia como companhia para uma imensa vagina, pintada num edifício na Pike Street, a poucos quarteirões de distância.

— Normalmente eu pinto vaginas gigantes — contou a artista. — E como eu tinha acabado de terminar uma na lateral de um prédio de cinco andares, eu senti que era preciso um pênis. O espaço da parede na Broome era perfeito para isso. Parafraseando a artista Judith Bernstein, se um pinto pode entrar numa mulher, pode subir num muro.

Pelo Facebook, Caroline criticou a decisão do dono do edifício, dizendo que é “preciso falar sobre sexualidade sem sentir vergonha”. Mas entre os moradores da rua nem todas as opiniões eram favoráveis à artista. Na quarta-feira, antes de a pintura ser removida, o dono de uma lavanderia na Broome Street comentou seu desgosto pela pintura.

— Nós não gostamos dela, e esperamos que seja retirada — disse, sem se identificar.

Já para Avery Plewis, turista de Toronto, no Canadá, o pênis gigante era praticamente um “assédio sexual”.

— É estranho, porque é tão fálico que está além do assédio sexual — analisou. — O assédio normalmente é secreto, mas isso está totalmente na sua cara.

Mas alguns consideraram a pintura uma expressão digna dos artistas de rua de Nova York, cidade que tem tradição no grafite e outras expressões com nomes como Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Richard Hambleton.

— As cores o tornam muito artístico — avaliou Lauren Deutsch, de Los Angeles. — Eu riria sobre isso, mas não o desejaria para mim. Nós não vemos algo assim em L.A.

Outros, como o estudante de artes George Petridis, expressaram indiferença.

— Sair para caminhar e ver isso é um imenso contraste — comentou George, que havia acabado de sair de uma aula sobre Leonardo Da Vinci num estúdio próximo. — É isso que algumas pessoas pensam sobre a arte agora. Isso não me ofende, nem me incomoda, e não vou passar muito tempo pensando sobre isso.

Mas moradores ofendidos reclamaram com a prefeitura, que enviou um inspetor de edifícios para analisar o caso. Após fotografar a imagem, ele disse apenas que as imagens seriam analisadas por seus superiores, mas provavelmente nada poderia ser feito, já que a obra está exposta em propriedade privada. E a decisão dos donos do edifício foi pela remoção da controversa pintura.

Uma das vaginas estilizadas pintada pela artista / Foto: Reprodução/Instagram

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