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Polícia caça mandante de assassinato de médica; vítima sofria ameaças

Polícia descarta assalto no casa da médica Milena Gottardi, baleada na cabeça na noite de quinta-feira, em Vitória. Principal linha de investigação apura se crime foi cometido por alguém próximo à vítima

Muito abalada, a mãe de Milena Gottardi foi amparada por familiares ao saber da morte da filha Foto: Guilherme Ferrari

A médica Milena Gottardi Tonini Frasson, de 38 anos, baleada na saída do hospital em que trabalhava, na noite de quinta-feira (14), em Vitória, e que teve a morte confirmada nesta sexta-feira (15), pode ter sido mais uma vítima de feminicídio. A afirmação é do secretário da Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia. Ele diz que essa é a principal linha de investigação.

O secretário reforçou que é provável que não seja um crime contra o patrimônio. “As investigações estão muito avançadas, muitas provas coletadas. Tem fortes características de um crime de feminicídio de mando”.

Sobre os motivos pelos quais a linha de investigação aponta para feminicídio, o secretário respondeu que é por um histórico já estabelecido e pela dinâmica do crime em si. “Acreditamos que o crime foi motivado por uma questão sentimental, que envolve uma pessoa conhecida. Um feminicídio clássico por uma ruptura de relação, com a hipótese de crime encomendado.”

“Pode ter sido um crime de mando em razão de questão sentimental. Um feminicídio clássico, ou por uma ruptura de relação ou por uma questão muito provavelmente referente a relacionamento”, disse André Garcia Foto: Fernando Madeira

Indagado se a insegurança do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), conhecido como Hospital das Clínicas, pode ter contribuído para o crime, André Garcia afirmou que se for mesmo um caso de feminicídio, o crime poderia ter acontecido em qualquer lugar.

“Geralmente são pessoas que conhecem a rotina da vítima. Por isso trabalhamos tanto para mudar a cultura da morte da mulher em relação a condição de ser mulher. Precisamos mudar a cabeça dos homens”, disse.

Médica morava com a mãe e filhas

A médica estava separada do ex-marido há cerca de três meses e atualmente morava com a mãe de 72 anos e as filhas, de 2 e 9 anos, na Praia do Canto, em Vitória. Ela também deixou um irmão de 36 anos.

Segundo André Garcia, a arma do ex-marido de Milena, que é policial civil, foi recolhida pela polícia “por questão de segurança”.

Separada, atualmente Milena morava com a mãe e as duas filhas na Praia do Canto Foto: Facebook

Milena foi baleada na cabeça dentro do estacionamento do Hucam quando saía de um plantão. Ela estava com uma colega de trabalho, também médica, e seguia para o carro — um Onix prata, quando um bandido desceu de uma moto e apontou a arma.

A amiga de Milena contou que o bandido exigiu que elas entregassem os pertences e entrassem no carro. As duas obedeceram as ordens, mas mesmo assim ele atirou várias vezes. Milena foi atingida na cabeça Após os tiros, o criminoso fugiu.

Médicos do Hucam socorreram Milena e, posteriormente, ela foi transferida em estado grave para o Cias. No tarde desta sexta a morte dela foi confirmada.

Ameaças

Segundo apuração da reportagem, Milena vinha sofrendo ameaças e chegou a registrar um documento em cartório falando sobre a possibilidade de ser morta. A polícia não informou quem seria o autor dessas ameaças. O documento está anexado ao inquérito da Delegacia de Especializada em Homicídios Contra Mulher (DHPM).

A Polícia Civil já ouviu o ex-marido de Milena, a médica que testemunhou o crime e um familiar da vítima. O titular da DHPM, Janderson Lube, não quis conversar com a imprensa.

POLÍCIA DIVULGA RETRATO FALADO DE BANDIDO

Foto: Policia Civil

A Delegacia Especializada em Homicídios Contra a Mulher divulgou na tarde desta sexta-feira (15) o retrato falado o retrato falado do criminoso que atirou contra a médica Milena Gottardi Tonini Frasson, dentro do estacionamento do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam) .

Com a divulgação do retrato, a polícia pede a colaboração da população para que forneça informações de forma gratuita e sigilosa ao Disque-Denúncia (181).

Fonte: Gazeta Online

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