A polícia do Rio de Janeiro investiga um caso de agressão a um jovem dentro de um shopping, na zona norte da cidade. Os oficiais suspeitam que se trate de um crime de racismo.
O entregador Matheus Fernandes, de 18 anos, tinha ido a uma loja para trocar o presente do dia dos pais, quando foi abordado e espancado por dois homens dentro do estabelecimento.
Nas imagens, registradas por outros clientes, o rapaz aparece imobilizado no chão por um homem de camiseta vermelha, que está armado. Um outro, dá apoio ao agressor. Ao fundo, várias pessoas gritam, tentando parar as agressões.
Antes da abordagem, Matheus gravou um vídeo no qual os dois homens aparecem observando-o, enquanto ele ainda estava na fila da loja.
Na delegacia, com a nota fiscal em mãos, o rapaz mostra o relógio que tentou trocar. O presente foi parcelado em oito vezes, com o primeiro cartão de crédito de Matheus. Apesar de possuir o comprovante da compra, ele relata ter sido tratado como um ladrão.
Desde o início da pandemia, Matheus trabalha como entregador por aplicativo. Em depoimento à polícia, o jovem disse que já foi diversas vezes ao mesmo shopping, para buscar refeições para os clientes. Ele ainda ressaltou que as agressões aconteceram na primeira vez em que ele entrou no estabelecimento sem a mochila de entregas e com o relógio na mão.
“Quando eu estou trabalhando, né, eu não sou suspeito. Eu estou trabalhando ali, ninguém me trata como suspeito. Aí eu tiro a mochila, vou dar uma volta ali, eles falam que eu estou sendo suspeito. Por causa de quê? Por que eu estou com um relógio? Ou estou dando uma volta?”, questiona o rapaz.
A mãe de Matheus alega ainda que o cartão do filho foi roubado pelos agressores durante a abordagem. “Está totalmente invertido. Meu filho foi rendido, foi tratado como um bandido e, no final, ele foi roubado. Porque só esse cara segurou a carteira dele e, quando foi abrir, não estava mais o cartão”, revela a dona de casa Alice Fernandes.
Em nota, o shopping Ilha Plaza lamentou o ocorrido. A Loja Renner, onde tudo aconteceu, negou que os homens fossem funcionários.
Agora, a polícia busca identificar os agressores. Os investigadores apuram se os suspeitos trabalham como seguranças do local e se um deles é policial.
Fonte: SBT