Casa onde nove foram encontrados mortos tinha ao menos 128 perfurações. Há relatos de mutilação de corpos, facada e pescoço quebrado.
A Divisão de Homicídios da Polícia Civil realiza, nesta segunda-feira (29), a reprodução simulada da ação da Polícia Militar que acabou com 13 mortes no Fallet-Fogueteiro, em Santa Teresa, região central do Rio.
A operação em fevereiro deste ano está sob suspeita da Defensoria Pública, que ouviu relatos de execução, tortura e mutilação dos corpos. À época, a Polícia informou que a perícia confirmava a versão de policiais de terem reagido a “injusta agressão”.
Parentes das vítimas dizem que os suspeitos foram mortos depois de estarem rendidos.
Também nesta segunda-feira haverá um encontro da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Comissão de Direitos Humanos da Alerj com a Comissão Arns.
É a primeira ação externa da comissão que apura violações de direitos humanos, criada em fevereiro logo após a ação no Fallet-Fogueteiro.
De acordo com a Polícia Militar, a intervenção na comunidade ocorreu para conter uma guerra de facções rivais. Segundo a corporação, os mortos eram suspeitos de participação com o tráfico de drogas.
Em duas oportunidades, parentes de um dos suspeitos disseram que um homem foi morto a facadas e, no hospital, estava com o pescoço quebrado.
128 tiros
Os números apresentados em relatório da Polícia Civil obtido pelo G1sobre as mortes de 9 suspeitos dentro de uma casa no Morro do Fallet, no Catumbi, Região Central do Rio, traduzem a brutalidade do que o inquérito, a princípio, indica ter sido um confronto com traficantes.
Uma perícia realizada no mesmo dia da operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar – que deixou 13 mortos na favela, em 8 de fevereiro – identificou ao menos 128 perfurações por tiros em paredes, telhado, escadas, porta e janela do imóvel na Rua Eliseu Visconti.
FONTE: G1 ES