O policial militar Wilson Cardoso Haydt Neto, morto nessa sexta ao se afogar em São Conrado durante uma perseguição, sofreu com cãibras no mar. O coronel Ruy França, comandante do 23ºBPM, onde o soldado estava lotado, disse que o outro agente que nadou junto com Haydt explicou que ainda tentou lhe ajudar, mas que ele perdeu as forças por causa das cãimbras. As ondas fortes foram outro agravante. O policial foi enterrado nesse sábado, às 17h, no cemitério Jardim da Saudade.
— Ele teve cãibra enquanto nadava e aí perdeu as forças. Seu companheiro ainda tentou ajudar, mas as ondas estavam batendo muito forte e ele nao conseguiu sair. Depois um surfista apareceu para ajudar, e tirar Haydt do mar, mas ele já estava muito mal. Com a chegada dos bombeiros, ele foi devidamente removido, recebeu primeiros socorros, mas sofreu parada cardíaca no Hospital Miguel Couto — afirmou o coronel França.
O afagamento se deu por causa de uma perseguição iniciada por volta das 17h dessa sexta, quando Haydt e mais um policial faziam motopatrulhamento próximo à Prainha do Vidigal. Eles avistaram dois homens em uma atitude suspeita em uma motocicleta. Ao se aproximarem, a dupla fugiu em direção ao mar. Segundo França, Haydt tirou seu colete e o cinto, onde fica a arma, antes de pular na água.
— Ele entrou praticamente fardado, mas sem o colete e o cinto não fica muito pesado, é a roupa normal. Me parece que ele estava com coturno ainda, mas não tenho certeza — disse o comandante, que confirmou que o policial sabia nadar. — Ali bate muita onda então ele deve ter cansado. E segundo o companhairo, também ficou assustado quando começaram as cãibras.
Wilson Cardoso Haydt Neto, de 34 anos, estava há cinco anos na PM. Ele deixa uma esposa — segundo sua conta no facebook, o casamento foi no dia 16 de março de 2017 — e dois filhos. Na rede social, amigos fizeram vários comentários de despedida e luto.
“ Vai deixar muita saudade grande herói guerreiro amigo companheiro”, escreveu um amigo.
Presente no enterro de Haydt Neto, o porta voz da PM Mauro Fliess disse que a corporação perdeu um herói
— Hoje a PM se despede de um herói, sangra pela sua morte. Ele morreu defendendo nossas familias — afirmou Fliess, que lamentou a forma com a qual se deu o ocorrido. — Ele e mais um policial estavam fazendo motopatrulhamento, que é uma patrulha mais dinâmica. No afã de tentar alcançar os bandidos, se jogaram no mar e teve apenas o tempo de tirar o equipamento. Infelizmente o mar estava muito revolto, não eram as condições ideais. Ele foi bravo e honroso. Os bombeiros e o atendimento médico agiram rápido, mas não houve tempo.
Fonte: Extra