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Por ano, mil brasileiros têm o pênis amputado por falta de higiene

As amputações são necessárias quando o câncer de pênis está em estágio avançado

Foto: iStock

Por ano, cerca de mil homens no Brasil perdem o pênis por causa de uma doença que pode ser prevenida apenas com o uso de água e sabão, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. A causa das amputações é o câncer de pênis, que atinge principalmente homens com mais de 50 anos e que moram em lugares mais carentes.

Segundo o urologista Marcelo Cabral Lamy de Miranda, a doença é rara nos países desenvolvidos, mas em alguns locais do Brasil a incidência é tão alta quanto a do câncer de próstata.

“É uma doença que está 100% ligada aos hábitos de higiene, uso de água e sabão. Atinge principalmente homens pobres, analfabetos ou com baixa escolaridade, que não têm acesso a saneamento básico e informação. Outro fator de risco é o vírus HPV”, explica.

A amputação do pênis, embora cause pânico nos pacientes, não é a pior consequência do câncer. Segundo dados levantados pelo especialista, 5.621 homens já morreram em decorrência da doença entre 1985 e 2015.

SINAIS

Os sintomas do câncer de pênis são, principalmente, feridinhas na glande que não doem e não desaparecem sozinhas, nem com uso de pomadas. No entanto, o médico afirma que os homens demoram em média um ano para procurar um especialista quando percebem o problema, o que aumenta a chance de a doença ter se espalhado e ser necessária uma amputação.

“Quando ele chega ao urologista, já está avançado, sem chance de preservação do pênis. Na maioria dos casos é necessário fazer a amputação parcial ou total, incluindo os testículos e gânglios da virilha e no abdome”, esclarece.

PREVENÇÃO

Como disse Zico em uma campanha em 2013: “Para o câncer de pênis, água e sabão é a melhor prevenção”. No entanto, outras medidas podem ser tomadas para diminuir as chances de ter a doença.

Segundo o especialista Marcelo Cabral Lamy de Miranda, os judeus, que têm o hábito de fazer circuncisão, não têm câncer de pênis. Mas ele salienta que, mais do que a cirurgia, ter acesso à informação é o mais importante.

“Na Dinamarca, não existe a cultura da circuncisão e, mesmo assim, os casos de câncer de pênis são raríssimos. Isso acontece porque a população tem acesso à informação e ao saneamento básico”, explica.

Outro fator que ajuda a prevenir a doença é a vacinação contra o HPV. Em junho deste ano, o Ministério da Saúde começou a ofertar a vacina contra o vírus para atender também meninos entre 11 e 15 anos e, posteriormente, ampliou para homens de até 26 anos.

Fonte: Gazeta Online

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