O segundo dos três andares do edifício havia passado recentemente por uma reforma e estava para alugar. Mas os moradores suspeitam de outra causa para a tragédia.
“Eu sabia que tava desabando porque, três dias atrás, eu falei com a minha esposa: melhor chamar a defesa civil. Nós temos dez colunas no prédio. Uma fissurou embaixo”, afirma Jorge Luiz Brandão, morador do edifício.
Janaína Santana, que é vizinha do prédio e alugava uma vaga de garagem no local, também afirma que o desabamento era iminente. “A gente já tinha percebido uma coluna que tava com um ferro da coluna um pouco alterado, o ferro tava pra fora já”, declara.
A Defesa Civil local vai analisar os escombros para tentar identificar se o prédio tinha problemas estruturais. O local já foi periciado pela Polícia Civil, que assumiu as investigações sobre o desabamento. Nos próximos dias, sobreviventes e testemunhas deverão prestar depoimento.
A prefeitura informou que a construção, de cerca de 20 anos, estava com a documentação em dia. “Um morador diz que bateu o carro ali, mas ele também não comunicou à Prefeitura. Então, essa tragédia podia ter sido evitada”, diz Flávio Vergueiro, secretário municipal de obras de Nilópolis.
Segundo moradores, um telhado de metal foi colocado há cerca de dois anos. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia considera a obra ilegal, já que um técnico do órgão precisaria ter acompanhado a instalação.
Esse é o segundo prédio que desaba na região metropolitana do Rio de Janeiro em menos de cinco meses. Em junho, um homem e a filha de três anos morreram em Rio das Pedras, zona oeste carioca. O prédio era uma construção irregular, mesma situação de outros dois que desmoronaram em 2019 na comunidade vizinha da Muzema, deixando 24 mortos.
Fonte: SBT