Os serviços de prevenção aos alagamentos realizados pelas prefeituras da Grande Vitória estão sendo insuficientes diante da quantidade de problemas causados ou agravados pela chuva, segundo moradores de Vitória, Vila Velha e Cariacica.
Com isso, eles reclamam que passaram por mais um dia de transtornos com alagamentos e deslizamentos de encostas.
Cansado de levar prejuízos no período de chuvas, o comerciante Carlos Mesquita, 48, adotou a estratégia de montar uma barricada com caixas de papelão em frente ao seu supermercado, no bairro Nova América, Vila Velha, para evitar que a água do valão invada seu estabelecimento.
“Tenho meu estabelecimento há mais de 20 anos e já perdi muita mercadoria quando ocorre chuva forte”, contou o comerciante.
A Prefeitura de Vila Velha afirma que os alagamentos diminuíram neste ano, mas admite: “Há ainda muito a ser feito, mas a atual administração atua de forma incessante para solucionar o problema”, informou, em nota.
Já em Vitória, foram registrados pontos de alagamento em Jardim da Penha, na Praia do Canto e nas avenidas Maruípe, Reta da Penha e Fernando Ferrari, causando engarrafamentos durante toda a sexta-feira (1º). Na avenida Maruípe, a chuva também causou buracos na pista.
“Eu passei por um e o pneu furou na mesma hora. Quando chove em Vitória tem de esquecer o carro, porque é muito buraco”, reclamou Marcos Alvarenga, 26.
Apesar disso, a prefeitura da capital afirma que já investiu R$ 331 milhões com drenagem, na construção de galerias e estações de bombeamento de água da chuva, além de manutenção e aquisição de equipamentos para monitoramento dos níveis de água.
A prefeitura acredita que o trabalho tem sido suficiente. “Considerando que temos 640 quilômetros de vias e as equipes trabalham mesmo sob chuva para minimizar o risco de acidentes”, afirmou, em nota.
Não é o que pensa Anderson Macarenco, que é síndico de um condomínio no Barro Vermelho e viu a água subir e inundar a rua Constante Sodré.
“Não só lá, mas vi diversos alagamentos, inclusive em locais que não alagavam, como Praia do Canto e Enseada do Suá.”
Em Cariacica, onde a prefeitura mantém um Comitê de Prevenção a Desastres Naturais, os problemas se repetem. No bairro Flexal II, o deslizamento de um barranco fez com que uma mulher e duas filhas tivessem que deixar o imóvel.