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Professores da Rede Estadual poderão consumir a mesma refeição que os alunos

Uma nova indicação aprovada pelos deputados estaduais na última quinta-feira (24) deve garantir o direito de professores e funcionários das escolas da Rede Estadual de consumirem os alimentos que são oferecidos aos alunos.

Atualmente, cerca de 16 mil professores e outros profissionais que atuam nas escolas estaduais não podem se alimentar da merenda escolar servida aos alunos.

Entretanto, o comunicado oficial ainda não chegou às escolas. “Aqui nós fizemos ‘vaquinha’ para comprar uma cafeteira, porque nem o gás de cozinha da escola podemos usar. Todo mês os professores se reúnem e pagam cerca de R$ 10 para o pó de café, açúcar, filtro. E quanto ao lanche, cada um se vira como pode. Enquanto isso, nos outros setores públicos, é café à vontade”, disse a professora de uma escola em Jacaraípe.

Já em uma escola estadual em Cariacica, os professorem temem a aprovação da medida. “A gente tem medo de que, com essa aprovação, o nosso auxílio alimentação, que já é baixo, seja cortado. Na escola não podemos fazer refeições de jeito nenhum. É difícil porque muitos de nós tem mais de uma carga horária e, mesmo assim, não conseguimos atingir um bom salário”, conta uma doce.

O autor da indicação, deputado Sérgio Majeski também usou da mesma comparação da professora. “Essa indicação é para que o professor possa merendar na escola, caso assim queira. O salário do professor é muito ruim, e ele ainda tem que pagar o próprio cafezinho que consome na escola. Lembrando que o cafezinho é de graça para servidores e visitantes da Assembleia, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e nas secretarias e órgãos do governo. É fundamental que o PEDDE possa ser utilizado também para, no mínimo, custear o cafezinho de quem trabalha nas escolas”.

O PEDDE, mencionado por Majeski, é o Programa Estadual Dinheiro Direto na Escola, que tem como finalidade repassar recursos da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) às escolas da rede. Em 2018 foram R$ 18,5 milhões e em 2019 já supera R$ 29 milhões.

O deputado lembra que, com a baixa remuneração, os profissionais do magistério que atuam na rede pública não conseguem, em grande parte, sobreviver com apenas um vínculo escolar.

É comum professores trabalharem em dois turnos, das 7h às 11h45 e das 13h às 17h50, em escolas diferentes, onde o deslocamento quase sempre é feito por transporte público, principalmente na região da Grande Vitória, comprometendo a realização das principais refeições do dia.

Fonte: ES HOJE

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