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Profissionais liberais entre 25 e 40 anos lideram procura por armas em Minas

Levantamento aponta que homens com família formada e que nunca sofreram violência, mas não creem na polícia, lideram busca pela posse legal de armas

“Busco mais proteção. Minha intenção é nunca precisar de usar a arma de fogo, mas ter esse poder de decisão. Para proteger a mim mesmo, a minha família e nossos bens”. Hudson dos Reis, de 26 anos, empresário

Os mineiros que procuram por licenciamento na Polícia Federal com o intuito de adquirir uma arma de fogo legal são, em sua maioria homens, de 25 a 40 anos, profissionais liberais e que têm família constituída. Apesar de não ter sofrido violência diretamente, sentem que podem ser vítimas e não acreditam que o Estado possa defendê-los. Esse é o perfil que a reportagem do Estado de Minas encontrou consultando clubes de tiro e despachantes de armamentos que atuam em Belo Horizonte, mas prestam serviço para pessoas de todo o estado, uma vez que só há sete unidades da Polícia Federal em Minas Gerais para esse atendimento. Todos os serviços experimentam uma procura incrementada desde a assinatura do decreto de flexibilização da posse de armas de fogo, assinado na terça-feira pelo presidente Jair Bolsonaro. A principal alteração do decreto foi sobre a declaração de efetiva necessidade de uma arma de fogo. Esse critério passou a ser condicionado pela violência do local onde se vive (mais de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes) e considera ainda quem vive nas áreas rurais, o que na prática abrange todos os brasileiros.

De acordo com a empresária Graziele Laine, de uma das maiores firmas de desembaraço de armamentos em Minas Gerais, a Laine Despachante de Armas, o volume de atendimentos aumentou 80% depois da assinatura do decreto. Segundo ela, 90% de quem procura o serviço são homens, sendo metade deles de Belo Horizonte, um quarto da Grande BH e um quarto do interior. “As justificativas são muito parecidas. São pessoas que não chegaram a sofrer a violência na própria pele, mas que têm medo de não poder exercer a legítima defesa ou proteger a família. Essas pessoas consideram que ocorreu uma falência da segurança pública e que o policiamento pode não conseguir prevenir um assalto à sua residência, por exemplo”, afirma a despachante. “Muitas dessas pessoas têm um histórico de pais que tinham armas no passado”.

Fonte: em.com.br

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