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Qualidade do ar de Vitória melhorou com menos veículos nas ruas, diz prefeitura

Com o confinamento imposto pela pandemia do novo Coronavírus (covid-19), o fluxo de veículos nas vias capixabas diminuiu consideravelmente, o que acabou impactando na qualidade do ar na cidade de Vitória.

O secretário municipal de Saúde, Ademir Barbosa, garante que a quantidade de poluentes no ar da capital reduziu, provocando uma “melhora significativa” na qualidade atmosférica.

“Temos feito levantamentos através da Rede Automática da Qualidade do Ar da Região da Grande Vitória (RAMQAr) e o comparativo da primeira quinzena do mês passado para a segunda quinzena, mostra uma redução de 29% de monóxido de carbono (CO), 14% de dióxido de nitrogênio (NO2). Também tivemos a redução de partículas inaláveis na ordem de 12%. A gente atribui essa redução ao isolamento social. O ar está consideravelmente melhor, foi uma melhora significativa”, afirma o secretário.

Segundo Barbosa, não somente a diminuição no fluxo de veículos, mas também a redução na atividade industrial influiu nessa melhora.

“Tivemos uma redução da mobilidade das pessoas. São gases muito ligados à combustão relacionado ao tráfego de veículos, do motor de combustão, e mesmo a indústria teve uma redução da atividade na cidade. Esses são os dois fatores que acreditamos serem os responsáveis diminuição na poluição atmosférica”.

O secretário destacou ainda que, apesar da medição ser diária, o prefeitura aguarda fechar a quinzena para poder avaliar essa melhora de forma mais precisa, e um novo panorama deve ser dado em breve.

“Essa melhora no ar tem mostrado o engajamento das pessoas em relação ao isolamento social. Quanto maior o engajamento, maior é a redução”.

Ambientalista contesta números

O ambientalista Eraylton Moreschi, da ONG Juntos SOS Ambiental, contesta os números que foram apresentados. Ele afirma que, se o Inventário de Fontes de Emissões Atmosféricas da Região Metropolitana da Grande Vitória, datado de 2015, estiver correto, as quantidades atestadas em relação à redução da poluição estão, provavelmente, erradas.

“Segundo inventário de fontes de 2015, a contribuição da poluição veicular era em torno de 68% de material particulado e somente reduziu 12%? Então isso demonstra que as informações do inventário não são corretas. A poluição da Ponta de Tubarão é responsável por cerca de 75% das emissões dos poluentes, e não 25% que as empresas alegam. Os números de emissões de NO2 e CO devem ser esclarecidas pelo órgão. É necessário maior transparência com esses números. Esses números do inventário são ‘estimativas de estimativas de estimativas’”, contesta ele.

Iema: dados somente após pandemia

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) afirmou que as informações relacionadas à qualidade do ar ainda não foram consolidadas para que se possa fazer uma avaliação da melhora ou não na qualidade do ar.

De acordo com o Instituto, somente após a pandemia do coronavírus será possível ter uma noção deste panorama. “O cenário imposto pela pandemia provocada pelo Coronavírus impacta diretamente nas atividades emissoras de poluentes atmosféricos, como por exemplo, a circulação de veículos nos grandes centros urbanos. Após o término dessa situação, com o registro dos dados mensurados pela operação da Rede de Monitoramento do IEMA, será possível a realização de análises para avaliação dos efeitos dessas medidas na qualidade do ar”, informou o Iema.

O Instituto esclareceu ainda que a qualidade do ar da Grande Vitória é constantemente monitorada pela operação de rede de monitoramento da qualidade do ar composta por nove estações automáticas distribuídas nos municípios de Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra.

“Para cada uma das estações é calculado o Índice de Qualidade do Ar (IQAr) que indica, para cada hora, a qualidade do ar para região onde a estação de monitoramento está instalada. Os valores do IQAr podem ser acessados no site do Iema”.

Fonte: ES HOJE

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