70% dos detentos no local cometeram crimes de estupro de vulnerável,aliciamento de menores e pedofilia, segundo levantamento da Rádio CBN Vitória

O acusado de sequestrar a menina Thayná, Ademir Lúcio Ferreira de Araújo, de 54 anos, está no Penitenciária Estadual de Vila Velha V (PEVV V), no Complexo do Xuri. É nessa unidade que ficam detidos os acusados de estupro e pedofilia.
Segundo levantamento feito em outubro pela reportagem da Rádio CBN Vitória (92,5 FM), dos 1.116 detentos na PEVV, 70% cometeram crimes de estupro de vulnerável, aliciamento de menores e pedofilia.
Ademir foi preso na madrugada desta segunda-feira (13), no Rio Grande do Sul, apos uma operação conjunta entre as polícias gaúcha e capixaba.
Ele estava desaparecido desde o dia em que sequestrou a menina de 12 anos, no dia 17 de outubro. No dia 31 de outubro, o vídeo que mostra o momento em que Thayná era raptada foi divulgado pela polícia.
Sete dias depois, o carro utilizado no crime foi encontrado com o motor batido, em uma oficina de Guarapari. Na última sexta-feira (10), uma megaoperação da polícia foi realizada em Viana, onde, perto de uma lagoa, foi encontrada a ossada de uma criança do sexo feminino.
Apesar de o padrasto ter reconhecido o vestido como sendo de Thayná, um exame de DNA vai apontar oficialmente se o corpo era mesmo da menina.
MENSAGENS PORNOGRÁFICAS
Bastante abalada um adia após a prisão de Ademir Lúcio Ferreira, Clemilda Aparecida de Jesus, voltou a rebater as afirmações feitas pela criminoso durante sua captura nesta segunda-feira (14), em Porto Alegre. Ela afirma que não o conhecia e que, sabendo de sua mobilização para procurar a filha Thayná, Ademir mandava mensagens de ameaça pelas rede sociais (veja vídeo abaixo).
De acordo com Clemilda, a prisão de Ademir é um alívio para sua mente, pois ele enviava vídeos mostrando as partes íntimas, fato que foi relatado para a polícia.
“Ele ficava perturbando minha mente, mandando mensagem no Facebook. E Isso estava acabando comigo. Ele criava o perfil e depois apagava. Você já pensou o que seria da minha vida se esse homem tivesse escapulido. Se eu o conhecesse seria a primeira coisa que falaria para polícia”, afirmou Clemilda.
Ainda segundo Clemilda, os vídeos de cunho pornográficos começaram a ser recebidos após ela divulgar o vídeo de câmeras de segurança que mostrava Thayná entrando no veículo de Ademir. “Depois que eu achei aquele vídeo foi quando começou o desespero dele. Não posso provar, mas tudo indicava que era ele”, afirma.
ESPERA
A angústia de Clemilda pode durar mais 13 dias, prazo informado pelo delegado José Lopes, da Divisão de de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para sair o resultado do exame de DNA da ossada encontrada, próxima a uma lagoa, no bairro Areinha, em Viana, na última sexta-feira (10). Foi nesse local, que Ademir Lúcio Ferreira garante ter deixado o corpo de Thayná.
“Não vou falar de expectativa. Vou falar de tortura, porque dói muito. Não tive a chance de enterrar minha filha, só a chance de enterrar os pedaços e ainda tenho que esperar. Eu só queria ficar sozinha”, diz emocionada.
ACUSADO FOI APRESENTADO NA MANHÃ DESTA QUINTA
O acusado de sequestrar a menina Thayná de Jesus, de 12 anos, Ademir Lúcio Ferreira, preso em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (13), foi apresentado oficialmente (veja vídeo abaixo) na manhã desta terça-feira durante coletiva de imprensa na Secretária de Estado da Segurança Pública (Sesp).
Segundo o delegado-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), José Lopes, durante o depoimento na noite desta segunda-feira (13), questionado se possuía arma de fogo, Ademir disse que a única arma que ele tinha era a mente dele. “Ele tem uma mente muito criativa. Já veio com a história dele montada. Diz que a menina o seduziu, depois contou a versão do acidente, que ela teria caído na lagoa. Era esse tipo de ser humano que a gente estava caçando e que a gente conseguiu prender”, afirmou Lopes.
Segundo Lopes, Ademir foi ouvido por mais de três horas e, durante o depoimento, entrou em contradição diversas vezes.
“Ele é um artista, tive paciência de ouvir ele falar por mais três horas ontem (segunda). Ele quis convencer a gente que a menina de 11 anos (violentada antes do sequestro de Thayná) o seduziu. E depois quis convencer que a menina Thayná fugiu dele, sofreu um acidente e morreu. Ele até tentou ajudar ela, mas não conseguiu. E desesperado, com medo de morrer, fugiu e procurou o advogado dele. Disse que conhece a mãe de Thayná, embora ela nãos e lembre dele”, detalhou o delegado.
Ainda de acordo com José Lopes, a polícia prefere manter as informações sobre o processo de investigação em sigilo, para evitar que o acusado invente novas histórias.
“A investigação está no início. Agora é a parte mais difícil, provar que ele está mentindo. Por enquanto não tem nada que indique a participação de outras pessoas, mas se for necessário ouviremos outras pessoas, podemos ouvir ele novamente, voltar a lagoa. Ele adora Facebook, acompanhou tudo até agora. Tudo que a gente fala, que sai na imprensa, ele já cria uma história em cima daquilo. Por isso, é melhor que as coisas sigam em sigilo”, justificou.
ACUSADO SE RECUSA A FALAR SOBRE CRIME
Diante da imprensa, Ademir se recusou a dar explicações e se manteve sempre de cabeça baixa. Sem encarar as câmeras, voltou atrás nas declarações que deu em vídeo que circula pela internet, e negou que tenha oferecido dinheiro para ter relação sexual com Thayná: “não ofereci nada”. E afirmou que fugiu para Porto Alegre por que “eles queriam me matar”.
Fonte: Gazeta Online