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Sindicato entra com recurso para derrubar liminar e começar greve

O presidente do Sindirodoviários explicou que, caso o sindicato consiga a liminar permitindo a mobilização, a greve será iniciada ainda nesta terça-feira

Ônibus do Sistema Transcol Funcionaram normalmente na manhã desta terça-feira (19) / Foto: Eduardo Dias

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários) recorreu da liminar do Tribunal de Justiça na tarde desta terça-feira (19) que determina circulação de toda a frota até o dia 26 de dezembro.

“É inconstitucional, juiz não pode definir dia de começar greve. O pedido já está com o desembargador, mas não foi apreciado”, alega o advogado do Sindirodoviários, Aides Bertoldo.

A afirmação foi dada em audiência nesta terça-feira (19), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em mais uma tentativa de negociação entre o Sindirodoviários e a GVBus. Rodoviários e empresas de ônibus negociam reajuste salarial desde novembro, mas não entram em acordo.

A proposta de reajuste salarial de 1,83% oferecida pela GVbus está abaixo do índice pedido pela categoria, que é de 5% de aumento real e outros benefícios, como reajuste do vale-refeição e a gratuidade do plano de saúde.

A LIMINAR

O pedido de liminar determinando que 100% da frota circule foi feito pelos dois sindicatos patronais que representam as empresas de ônibus da Grande Vitória, GVBus e Setpes. Em caso de descumprimento da decisão do desembargador-presidente, Mário Ribeiro Cantarino Neto, o Sindirodoviários pode ser multado em R$ 200 mil por dia.

Segundo a decisão, a categoria deverá manter 100% da frota funcionando nos horários normais de zero hora desta terça-feira (19) até a zero hora do dia 26 de dezembro. Caso não haja acordo entre os trabalhadores e empresas até lá, os rodoviários ainda assim deverão garantir 90% da frota nos horários de pico e 70% nos demais horários. A categoria fica, ainda, proibida pela Justiça de impedir o acesso dos funcionários às sedes das empresas e garagens, bloquear vias públicas e fazer piquetes.

“A paralisação causará prejuízos irreparáveis e irreversíveis ao comércio, que neste final de ano tenta amenizar o lastimável resultado do ano de 2017 além de danos à população, eis que com apenas 30% da frota em circulação, as empresas representadas não conseguiram atender a grande maioria das linhas de bairro, se atendo o serviço, praticamente, no transporte de Terminal a Terminal, interrompendo a ligação dos Bairros com os Terminais”, diz documento.

ÔNIBUS CIRCULARAM NORMALMENTE NESTA TERÇA

Ônibus do Sistema Transcol circularam normalmente na manhã desta terça-feira (19) Foto: Eduardo Dias

Depois da decisão da Justiça do Trabalho, que impediu a realização da greve dos rodoviários e determinou que 100% da frota dos ônibus funcionasse normalmente, a manhã desta terça-feira (19) foi normal para os usuários do sistema Transcol na Grande Vitória.

Apesar do temor de quem usa o transporte coletivo de que a determinação da Justiça não fosse cumprida, os terminais funcionaram normalmente, sem alterações. Pela manhã, a reportagem da CBN Vitória passou pelos terminais de Itacibá e Jardim América, em Cariacica. Além dos terminais de São Torquato, Ibes e Vila Velha.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Edson Bastos, criticou a decisão do desembargador Mario Ribeiro Cantarino Neto em impedir a greve nesta semana, e classificou a decisão como inconstitucional. Edson Bastou explicou que, caso o sindicato consiga a liminar permitindo a mobilização, a greve será iniciada ainda nesta terça-feira.

Enquanto a situação não se resolve na Justiça do Trabalho, a população acompanha a situação com preocupação. A vendedora Eleusa Amorim, que mora em Vila Velha e trabalha no bairro da Glória, é a favor da mobilização dos rodoviários. Os trabalhadores pedem 5% de aumento real e outros benefícios, como reajuste do vale-refeição e a gratuidade do plano de saúde.

“Eles nunca conseguem o querem. Ele têm que continuar tentando. Eu acho que motoristas cobradores. É uma profissão muito perigosa e insegura, para eles e para os passageiros. Então, eles tem que ter aumento mesmo. Eles correm risco e ganham pouco”, disse a usuária do sistema Transcol.

 

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