A informação era de que havia seis sequestradores e 11 reféns, a bordo, pedindo socorro.
Um alerta de pirataria, a bordo de navio com bandeira internacional, por pouco não terminou em tragédia na noite da última quinta (14/03). O secretário estadual de Segurança, Louismar Bonates, arregimentou a tropa de elite da PM, avião e lanchas para atacar os piratas. A ação estava a minutos de ser executada quando o navio comunicou que se tratava de um “treinamento de rotina”. “Esses treinamentos são realistas e a polícia, chegando ao local, podia ter abatido um suposto pirata. Seria uma tragédia de proporções internacionais”, disse o secretário.
O navio Mercosul Line foi o palco do treinamento. Havia funcionários franceses e portugueses participando da ação simulada. Bonates estava na sede da Marinha, em Manaus, participando de uma solenidade. Conversava com o capitão Fluvial da Amazônia Ocidental, Capitão de Mar e Guerra Alexandre Veras Vasconcelos. Foi aí que chegou o alerta de pirataria em Itacoatiara. Os dois imediatamente montaram um gabinete de crise. O Comando de Operações Especiais (COE), tropa de elite do Batalhão de Choque, e o Grupamento Aéreo entraram em ação.
“A informação era de que havia seis sequestradores e 11 reféns, a bordo, pedindo socorro. Alocamos lanchas em Itacoatiara. Preparamos uma abordagem aérea e outra fluvial. A missão era verificar possíveis sequestradores armados. Os policiais, em momentos assim, precisam de liberdade para abate. Já pensou se morre um funcionário, em treinamento? Diriam, no mundo inteiro, que a polícia brasileira é despreparada”, desabafa Bonates.
Itamaraty e embaixadas comunicadas
“Estamos comunicando ao Itamaraty e às embaixadas de Portugal e França. Esses treinamentos precisam ser informados à Marinha do Brasil e às polícias estaduais brasileiras, pelo menos 24 horas antes”, adverte.
O “treinamento de rotina”, que por pouco não se transformou numa tragédia, serviu para a polícia amazonense. “Piratas, sejam quais forem, devem ter percebido que estamos preparados. Este seria o primeiro incidente desse tipo, em águas fluviais brasileiras, com navio de bandeira internacional. Não houve antes e, do jeito como reagimos, os bandidos já sabem que não toleraremos depois”, finalizou o secretário.
FONTE: Portal do Marcos Santos