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Vale apresenta esboço de obra para contenção de rejeitos em Barão de Cocais, diz Defesa Civil

A empresa Vale apresentou um esboço de construção de um muro de contenção de rejeitos para a barragem Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, de acordo com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. A mineradora não quis dar detalhes sobre o empreendimento.

A prefeitura e a Polícia Militar, além de moradores, participaram de uma reunião, onde o estudo foi apresentado, na tarde desta quinta-feira (12). Datas e o valor do investimento não foram divulgados, de acordo com o coordenador da Defesa Civil, José Flávio Júnior.

Ao G1, ele informou que, conforme dados apresentados pela empresa, o muro terá 35 metros de altura, 307 metros de cumprimento e 10 metros de largura na parte superior. A estrutura ficaria localizada a seis quilômetros de distância da barragem.

Questionado pela reportagem, a mineradora Vale informou que realiza estudos na área.

“A Vale iniciou estudos para encontrar soluções de contenção para a barragem Sul Superior, na mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG). Ainda não há nenhuma estimativa de valores envolvidos ou prazos para eventuais projetos. A empresa segue desenvolvendo estudos, tendo como premissa máxima a preservação das condições de segurança para trabalhadores, comunidade e estrutura”, disse.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) ainda não informou se a mineradora apresentou algum pedido de licenciamento.

O Ministério Público de Minas Gerais divulgou que foi surpreendido com a informação da possibilidade de construção desse muro de contenção e que aguarda manifestação formal do órgão ambiental competente sobre a necessidade e viabilidade da obra.

Congo Soco

A Barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco em Barão de Cocais está em nível de segurança 3 desde o dia 22 de março. De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), o nível 3 significa “rompimento ou risco iminente de romper”.

A área mais próxima à barragem foi evacuada no dia 8 de fevereiro, após sirenes serem acionadas pela primeira vez para o risco de rompimento. Moradores das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, que ficam na zona de autossalvamento, foram retirados de suas casas. Cerca de 150 famílias atingidas – 452 pessoas – foram levadas para hotéis em cidades da região. De acordo com a Defesa Civil, não há ninguém em área de risco.

A barragem é do mesmo tipo da de Brumadinho, que rompeu em fevereiro e matou 225 pessoas. Outras 52 continuam desaparecidas. A estrutura tinha 12,7 milhões de m³. A Barragem Sul Superior tem 6 milhões de m³.

Barragem Sul Superior em Barão de Cocais — Foto: Arte/G1

Fonte: G1

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