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Vargem Alta destruída, mas solidária

No dia 03 de janeiro a nossa pequena Vargem Alta foi surpreendida por uma forte chuva, que provocou alagamentos e destruições em várias comunidades. Estradas, empresas e casas ficaram destruídas. Famílias perderam todos os seus pertences. Mas a solidariedade de toda a população demonstrou a nobreza da união. Muitos saíram de suas casas para ajudar vizinhos, amigos e patrões. E as comunidades começaram a se reerguer com o apoio de todos e com a ação da Prefeitura.

Mas na noite de 17 de janeiro, em menos de vinte dias, o nosso município foi novamente surpreendido por chuvas ainda mais fortes (que duraram, aproximadamente, doze horas e meia), que inundaram todas as comunidades por onde há rios. Várias famílias ficaram isoladas. Sem contatos telefônicos ou sinal de internet. Ruas, estradas, rodovias, pontes. Nada permitia o acesso ao outro lado. Ao lado daqueles que precisavam chegar em suas casas. Ao lado daqueles que precisavam de socorro.

Tem-se notícia (através de moradores) de que algumas lagoas se romperam no município, o que pode ter agravado as inundações. Todas as pessoas que residem próximas aos rios foram afetadas. Algumas famílias foram obrigadas a deixar suas casas. Outras perderam seus lares, que desabaram e foram levados pela força d’água. Outras estão isoladas em andares superiores dos prédios. Imóveis ficaram destruídos. Carros e motos perdidos. Não há notícias de pessoas feridas ou de vítimas fatais, motivos de agradecimentos a Deus neste momento. Mas a situação é assustadora.

A sede administrativa da Prefeitura Municipal de Vargem Alta está destruída: ônibus escolares, veículos e alguns setores foram inundados. O galpão ficou tomado pela água, que cobriu todos os veículos lá estacionados. Tudo isso prejudica o recomeço, a reconstrução de uma cidade devastada. Afinal, a Prefeitura poderia ajudar a população. E como ela ajudará se também foi afetada? Como poderá socorrer a população de forma rápida e eficaz se sua base também foi atingida?

O momento é de muita preocupação. É hora da solidariedade despontar ainda mais forte. É momento de ajudar ao próximo. Ainda que a falta de contato telefônico e de vias desobstruídas dificultem a chegada de socorro às comunidades e famílias que estão isoladas, desalojadas, desabrigadas e desesperadas, é necessário que sejamos solidários. Grupos estão se organizando para oferecer ajuda. A Defesa Civil está nas ruas fazendo tudo o que pode pela população. Mas não está podendo fazer muito. Afinal, o órgão está localizado na sede do município e conta com apoio Estadual, de cidades vizinhas e de voluntários.

Ainda que as informações sejam desencontradas (ou, até mesmo, infundadas) e não oficiais, é importante que busquemos colaborar com os munícipes que precisam de nosso apoio. Nosso órgão público fará o que for possível diante de toda a destruição das comunidades e da sede. Mas ela também está sem as ferramentas necessárias para fazer a ajuda chegar a algumas regiões. O que fazer? Por onde começar? Ou por onde recomeçar? Muitas perguntas permeiam os pensamentos das famílias, dos colaboradores e de lideranças do município.

Muitas pessoas estão oferecendo sua solidariedade desde a madrugada assustadora de sábado (18). E a manhã deste 19 de janeiro está repleta de pessoas colaborando com os próximos: algumas estão ajudando vizinhos a recuperarem o pouco que lhes sobrou; outras estão cortando árvores caídas nas ruas, pistas e rodovias; outros, tentando levar água potável, alimentos e remédios aos que estão em locais isolados. O momento realmente implora por solidariedade. Implora por nossos gestos de humanidade, de mãos unidas. Estejamos juntos. Sejamos solidários aos que foram vítimas e que precisam de socorro.

Por Tiago Rocha do portal Da Hora ES

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