Versões de moradores e da PM sobre morte na Rocinha são contraditórias. Colegas dizem que Joseleno Sores trabalhava como mototaxista há cinco anos na comunidade.
As versões apresentadas pela Polícia Militar e por moradores da Rocinha, na Zona Sul do Rio, sobre a morte do mototaxista Joseleno Soares, de 27 anos, são contraditórias. Agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dizem que houve um confronto com criminosos na madrugada de segunda-feira (6). Pessoas que vivem na comunidade negam. Outras duas pessoas foram baleadas e estão internadas.
Segundo os colegas, Joseleno trabalhava como mototaxista na comunidade há cinco anos. Ele veio da Paraíba em busca de uma vida melhor. Outro taxista contou que ele tinha um filho de dez meses.
“Veio para cá para ganhar a vida e vai voltar para a terra dele em um caixão”, comentou um colega.
A família de Joseleno estava na porta do Hospital Miguel Couto, no Leblon, mas eles não quiseram falar. A morte causou comoção e um protesto que chegou a ocupar uma das pistas da Autoestrada Lagoa-Barra.
A UPP da Rocinha disse que policiais apreenderam duas pistolas e muita munição depois que criminosos atiraram contra os PMs.
Um vídeo que circula em redes sociais mostra o local após os tiros. Um colega de Joseleno, conhecido como Will, foi baleado no abdômen e mais uma outra pessoa, que não foi identificada. Os moradores negam que estivesse ocorrendo uma operação.
“Eles vinham descendo, viram o garoto de mochila, já deram tiros. Tem várias cápsulas, só do fuzil da polícia. Não tem cápsula de pistola, de AK-47. Não tinha confronto nenhum”, contou outro morador.
A Polícia Militar não se manifestou sobre as denúncias de que não houve confronto e que os feridos chegaram ao hospital sem documentos e celulares.