Em clima de desconfiança e demonstrando uma postura crítica e de indignação, os vereadores de Linhares aprovaram em sessão ordinária realizada nesta segunda-feira(24) na Câmara Municipal a proposta de estadualização do Hospital Geral de Linhares (HGL).
Apenas um dos parlamentares, o vereador Edmar Vitorazzi (PSC) votou contra o projeto. A maioria, entretanto, fez questão de demonstrar a insatisfação com a forma “apressada” com que processo foi conduzido, impedindo uma discussão mais ampla em relação ao assunto.
“Neste angu Em tem caroço, neste mato tem coelho, e dos grandes”, alertou o vereador Jean Menezes (PRB), se queixando do curto espaço de tempo, de cerca de 10 dias, para que o projeto fosse analisado e votado.
O único vereador que votou contra a proposta foi Edmar Vitorazzi. Ele, que dificilmente usa o microfone para manifestar suas opiniões durante as sessões da Câmara Municipal, foi taxativo ao interpretar a atitude do Governo do Estado como uma manobra visando comprometer o sucessor do governador Paulo Hartung.
“ Acho que (a estadualização) não vai melhorar não. Esta conta vai ficar nas costas de outro (governador), apelou.
O vereador Tarcísio Silva(PSB) chegou a consultar por telefone o ex- governador e candidato mais cotado ao governo Renato Casagrande (do mesmo partido ). O tucano, conforme o linharense, que mesmo antes da apresentação do projeto, já havia se manifestado favorável à estadualização, teria reagido como se estivesse sendo vítima de uma manobra visando comprometer seu governo.
“Os desafios vão surgir e a cada dia nos arrumam mais desafios”, teria comentado Casagrande.
Apesar de ter se posicionado favorável à proposta, Tarcísio Silva argumentou que o correto seria se o atual governador tivesse proposto a estadualização no início do seu governo, em 2014.
“Não vou votar contra, confio no meu governador”, disse, se referindo a uma eventual vitória do candidato socialista no pleito. Ele considerou, entretanto, a atitude de Paulo Hartung como “.um tiro pelas costas”.
A insegurança dos vereadores em relação aos resultados da estadualização, ficou patente.
“ Vou dar um voto de confiança e pedir a Deus que a saúde melhore para os menos favorecidos”, declarou o vereador Rogerinho do Gás (PRP).
O principal argumento para justificar a estadualização do HGL é de que o custo com o hospital, de cerca de R$ 40 milhões por ano, poderá ser revertido para investimento na saúde básica do município. Com a estadualização o HGL poderá disponibilizar mais especialidades e ampliar o número de leitos dos atuais 90 para 152, além de se tornar um dos principais serviços de urgência e emergência da região nas áreas de traumato-ortopedia, clínica médica e cirurgia geral, além de duplicar a oferta de leitos intensivos adultos.
A proposta da mudança, é de regionalizar o atendimento desafogando os serviços da Região Metropolitana e reduzindo o deslocamento de pacientes para a Grande Vitória. “Vamos ampliar a oferta de leitos e otimizar seu parque de diagnóstico para atender demandas externas do município e região”, destacou o secretário.
Fonte: Radar Capixaba