O engenheiro João Paulo Sampaio dos Reis, de 47 anos, morreu no sábado (1º) após um acidente com uma tirolesa no Morro do Moreno, em Vila Velha. O equipamento não freou e ele se chocou contra uma estrutura de madeira.
O pai da vítima, o aposentado João Reis, de 77 anos, que precisou ir ao Deparamento Médico Legal para liberar o corpo do filho mais velho, está em choque com o ocorrido. “Vi ele nascer e morrer em um vídeo”.
O vídeo citado por João não foi divulgado, mas mostra o momento em que o engenheiro morre. No sábado, Paulo decidiu passar o feriado junto com a filha de 14 anos e uma amiga dela no Morro do Moreno. Testemunhas disseram para o Corpo de Bombeiros que as duas adolescentes desceram a tirolesa antes do engenheiro, e que só mais tarde souberam o que havia acontecido.
Durante o domingo, uma equipe do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea) esteve no Morro no Moreno para uma vistoria no local.
João Paulo era engenheiro, mas trabalhava como despachante junto a Polícia Federal e ao Exército. Ele era casado e além da menina de 14 anos, deixa também um menino de 8 anos.
A família acredita que João Paulo tenha sido vítima de um erro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local do acidente foi alterado pelos responsáveis, que tiraram os equipamentos do corpo da vítima antes da chegada da polícia. O capacete que o engenheiro utilizava não foi encontrado. Um dos responsáveis é cabo do Corpo de Bombeiros, e segundo a polícia, ele se negou a apresentar o equipamento que havia retirado. Eles prestaram depoimento no Departamento de Polícia Judiciária de Vila Velha.
Nas redes sociais da empresa a informação é de que a tirolesa possui 100 metros de comprimento, e conta com o sistema de freios ABS (sistema que independe da ação humana e que oferece maior segurança), mas no local, populares que conhecem a tirolesa informaram que a parte onde o engenheiro morreu não conta com o freio ABS é é controlado por um técnico.
A Prefeitura de Vila Velha, por meio de nota, informou que o local é privado e que por ser uma área aberta está liberada pela classificação de risco do governo para a prática de atividades, desde que atendam os requisitos de biossegurança. Não foi informado se a empresa tem ou não licença para atuar no Morro do Moreno.
Um dos responsáveis pela empresa disse que estão aguardando o resultado da perícia e que todos estão muito abalados com o ocorrido.
“Estamos aguardando o resultado da perícia pra retar o ocorrido. Nesse momento estamos muito abalados com o que ocorreu, apesar de todos os procedimentos de segurança serem insistentemente treinados, ocorreu essa fatalidade. No momento estamos tentando contato com os familiares do rapaz para prestar nosso apoio, mas anda sem sucesso, vamos continuar tentando. Em breve falaremos abertamente com a imprensa.”
Nas redes sociais, a empresa se manifestou sobre o ocorrido: