Dados que refletem a situação, de janeiro a junho de 2018, apontam 7.664 boletins de ocorrência, nas delegaciais, no primeiro semestre.
O Estado do Espírito Santo registrou mais de 7,6 mil casos de violência contra a mulher, no primeiro semestre deste ano. O casal Edmo Araújo e Maria Lúcia Ramos recorre a fotografias e às lembranças que têm para se sentirem perto da filha, Edilúcia, que foi assassinada pelo marido. Aos 28 anos, ela entrou para a triste estatística da violência contra a mulher. Somente no primeiro semestre deste ano, 55 já foram mortas e 7.664 boletins de ocorrência já foram registrados em todo o estado por conta de casos de agressão contra mulheres.
No caso de Edilúcia, o crime aconteceu na frente da filha dela. Segundo os pais, a vítima e o marido brigavam muito porque ela queria o fim do relacionamento.
“Ela apanhou muito, era machucada. Ele chegou a correr atrás dela e da criança com faca. No dia do crime, ele incendiou a casa com ela dentro e a criança dentro. Ele colocou gasolina nela e colocou fogo”, contou a mãe Maria Lúcia.
Quando denunciar?
A delegada chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, Claudia Dematté, explicou que existem várias formas de violência que podem ser denunciadas.
“A violência pode ser psicológica, como por exemplo, pelo crime de ameaça. Pode ser moral, por meio de xingamentos e humilhações que configurem os crimes de calúnia, injúria, difamação. Pode ser até sexual: um homem que obriga a mulher, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ato sexual com ele, pode cometer inclusive o crime de estupro”, disse.
Para a delegada, uma boa forma de evitar o feminicídio é denunciar desde as mínimas agressões.
“Essa violência é inadmissível. Então por isso que essa orientação é de extrema importância, de que a mulher denuncie seu agressor desde a primeira violência sofrida. Pode ser começando com uma ameaça, um xingamento, mas com isso vamos impedir que evoluam para crimes maiores”, disse.
Fonte: Correio 9.