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Violência nas escolas: agressões sucessivas de alunos afasta professor do ES das salas de aula

O ambiente escolar é o local onde o relacionamento coletivo e saudável é estimulado para que a educação seja transmitida da melhor maneira do professor ao aluno. Porém, casos de violência contra educadores vêm tomando grandes proporções em todo o país, impactando diretamente nas relações educacionais das instituições de ensino.

No Espirito Santo as estatísticas mostram que violência contra professores também é uma realidade. Segundo a informação mais recente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), em 2017 40% dos professores da rede pública já havia sofrido algum tipo de violência.

Um professor das redes municipais de Serra e de Vitória, que preferiu não se identificar, já sofreu agressões por três anos consecutivos e recentemente voltou a sofrer em uma das escolas em que trabalha. Ele ainda explica que a violência é sempre decorrente de falta de comportamento por parte dos alunos. “Geralmente, é sempre decorrente do aluno não fazer as atividades e não querer ouvir o que temos para falar. Se recusa e faz algo indevido, sempre relacionado ao limite. E caso chame a atenção acontece um problema. Ou seja, estou sempre entre a cruz e a espada”, relata.

A violência contra a classe de educadores ainda pode ser classificada de duas maneiras, seja ela física ou psicológica. A professora de História e vice-presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Espírito Santo (Sinpro/ES), Silvana de Azevedo explica que acompanha diversos casos, e que as consequências podem ser enormes. “Na rede privada, se o professor reclama que está sofrendo algum tipo de violência, ele pode ser demitido. Além disso, os casos podem resultar em problemas sociais e familiares, impactando casamentos e relacionamentos entre pais e filhos, por exemplo”, ressalta Silvana.

Escolas privadas

No imaginário de grande parte da população, a violência contra professores é ligada somente a rede pública de ensino. Mas quem pensa dessa maneira está totalmente equivocado, pois segundo Silvana, a violência contra os docentes também ocorre em instituições de ensino privadas. “A agressão física não é nula na privada. Já ouvimos casos de alunos que furaram o pneu do carro de algum professor e até mesmo riscaram a lataria. Porém acontece em menor escala”, relata.

Consequências

Também de acordo com Silvana, a violência que ocorre nas escolas privadas é de forma mais agravante para saúde mental dos educadores. “A violência nas escolas privadas em sua maioria é psicológica por conta do aluno achar que paga e tem direito de fazer o que quiser”, explica Silvana, que também é Diretora do Sinpro/ES.

O professor conta que as consequências após a última agressão é uma das piores partes. “São várias as consequências. Estou afastado por uma licença psiquiátrica, o que me causa um mal estar. Precisei procurar um profissional e estou tendo que tomar um remédio, mas não sou eu que estou doente. A cabeça já não fica legal. São vários os aspectos, como, ansiedade, medo e ameaça. É como se fosse uma síndrome do pânico”, explica o professor em meio a uma voz trémula.

Estatísticas nacionais

De acordo com a pesquisa elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (alunos de 11 a 16 anos), o Brasil lidera o ranking de violência nas escolas. A pesquisa recente considera dados de 2013, quando 12,5% dos professores brasileiros ouvidos relataram ser vítimas de agressões.

Fonte: ES HOJE

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