Um pedreiro aposentado de 65 anos que pedalava na Rodovia do Sol, nas proximidades do bairro Riviera da Barra, em Vila Velha, morreu ao ser atingido por um veículo de modelo Cobalt, no início da madrugada de sábado para domingo (14).
Segundo a polícia, o motorista estava embriagado ao volante e trafegava em alta velocidade.
Dorvalino Boecker Rodrigues, morreu após ser atingido pelo veículo que era conduzido pelo gerente de vendas Rovane André Dutra, 28 anos.
De acordo com a polícia, o veículo, que estava na pista central, se preparava para passar para a pista lateral direita, onde estava o ciclista, e acabou atingindo a vítima.
Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Ambos seguiam sentido Vila Velha.
O motorista do Cobalt, segundo a PM, tentou fugir do local, mas acabou detido por pessoas que estavam em uma festa.
A PM foi acionada e prendeu Rovane. Devido à grande aglomeração de pessoas nas proximidades do local do acidente, o condutor do veículo, precisou ser levado para o posto do Batalhão de Polícia de Trânsito da Barra do Jucu, onde fez o teste do bafômetro.
O resultado deu positivo: 0,89 miligramas de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões, conforme registrado pela polícia. Ele foi levado à 2ª Delegacia Regional de Vila Velha.
Para a Polícia Civil, ele disse ter ido com a mulher e o filho até a casa de um primo em Riviera da Barra. No local, ele teria sido convidado por esse primo, a ir comprar cervejas em um bar que fica na via principal do bairro. A mulher e o filho ficaram na casa do familiar e ele saiu com o parente.
Ele disse que ele e o primo não voltaram para a casa porque queriam dar uma volta com o veículo, que havia adquirido recentemente. Em depoimento, o acusado disse que tudo foi muito rápido e que, ao perceber a presença do idoso, ele não teve como desviar. Ele contou que chegou a sair do carro para ver a situação do ciclista, mas como houve grande aglomeração de pessoas, tentou fugir.
Rovane foi autuado por homicídio culposo qualificado por embriaguez ao volante e será levado ao Centro de Triagem de Viana na manhã de hoje. O primo, que estava com ele no carona, foi ouvido como testemunha e liberado pela polícia.
“Tirou a vida de uma família”
Visivelmente abalado e indignado com a morte do pai, o motorista Tarcísio Boecker Rodrigues, de 40 anos, um dos filhos do aposentado Dorvalino Boecker Rodrigues, de 65 anos, morto após ser atingido por um carro na Rodovia do Sol, conversou com a reportagem de A Tribuna sobre o sofrimento que a perda do aposentado trouxe a família. “Vou tentar levar a vida, porque sei que ela não será mais a mesma sem o meu pai. Esse cidadão que fez isso com ele, tirou a vida de uma família inteira”.
A TRIBUNA- Como o senhor ficou sabendo da morte de seu pai?
Tarcísio Boecker Rodrigues – Uma conhecida nossa, que mora na entrada do bairro, onde aconteceu o acidente, ligou para minha família contando. Na hora foi um choque.
Para onde seu pai seguia?
Ele morava em Ulisses Guimarães e seguiu passando por alguns bairros das proximidades para coletar latinhas de refrigerante. Acredito que ele iria só até Barra do Jucu, mas acabou atingido pelo carro na divisa com o Riviera da Barra.
Ele tinha o costume de passar por ali sempre?
Sempre. Ele dizia que o local, à noite, não era tão perigoso quanto parecia.
Como foi para você receber a notícia da morte dele?
Eu perdi minha mãe em 1995 em um acidente de carro em que meu pai, inclusive, também estava. Então, não sei nem o que falar. É duro. Meu pai se salvou desse acidente e hoje perde a vida assim, por uma imprudência de alguém.
Como foi esse acidente?
Eu era bem jovem. Estavam em um carro, minha mãe, meu pai, meu primo, que dirigia o carro, e o pai dele. Eles bateram num outro carro e depois em uma árvore. Minha mãe e meu tio, morreram. Meu pai ficou internado alguns meses e se recuperou.
E agora, o que a família deseja?
Justiça. Vivo em um País onde não tem leis. Até quando alguém que bebe vai sair por aí matando pessoas? Meu pai era uma pessoa cheia de vida. Gostava de viver, amava viajar, dirigir.
Qual a lembrança que fica do seu pai agora?
Meu pai era um crianção. Um idoso de 65 anos, mas com o coração puro de uma criança. Era alegre, divertido e feliz. O jeito agora é viver igual eu vivia sem a presença da minha mãe: com um vazio enorme dentro de mim. A diferença agora, é que serão dois vazios.
O que o senhor deseja para o motorista que atingiu o seu pai?
Como eu já falei: meu pai, era uma pessoa feliz, que tinha prazer pela vida, era de cheio de sonhos e vontades e essa pessoa tirou isso dele. Só quero que esse rapaz que fez isso fique preso o tempo suficiente para se arrepender do que fez e não saia por aí dirigindo e tirando vidas.
Fonte: Tribuna