HOSPITAL INFANTIL
Sem muitas explicações à sociedade e sem comunicado interno mais detalhado, a Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim-ES, subitamente, notifica a desistência pela maternidade que há décadas, tradicionalmente, funcionava naquele hospital como referência no sul do Estado.
Agora, a partir do dia 2 de janeiro, o Hospital Infantil assume essa responsabilidade com estrutura física maior e recém construída. Nos termos como está posto, justifica-se essa transferência. A Santa Casa estava em prejuízo regular com a maternidade, sem conseguir majoração da verba do Governo Estadual.
Enquanto a Santa Casa recebia algo em torno de R$ 300 mil da Secretaria do Estado da Saúde, numa ação competente da direção do Hospital Infantil, o hospital das crianças conseguiu convencer o Governo de Paulo Hartung conceder convênio da ordem de quase R$ 800 mil mensais nas últimas semanas do ano de 2018.
O médico Roberto Bastos, ginecologista renomado no Município, não se conteve em críticas ante o “milagre” feito pelo Infantil que, além de construir ala maior do que a Santa Casa, conquistou recursos três vezes maior. Ele confessa a surpresa, mas exalta a competência dos dirigentes do hospital, hoje, detentor da maternidade referência do sul do Estado.
A preocupação de médico e funcionários da Santa Casa é que o hospital vem perdendo prestígio e recursos com segmentos fundamentais para ajudar na sua manutenção. No passado, perdeu o Instituto do Coração para o Hospital Evangélico e , hoje, a maternidade com décadas de tradição e credibilidade. Enquanto isso, o décimo terceiro ainda não foi pago aos médicos e funcionários.
Algo, não esclarecido, aconteceu entre a persistência da superintendência da Santa Casa em manter a Maternidade com recursos compatíveis não conquistados e a Secretaria do Estado da Saúde que deu preferência ao Hospital Infantil com valores generosos em comparação aos destinados de origem até semanas antes de fechar o ano.
Agora, as gestantes do sul do Estado vão entregar seus bebês aos cuidados do Hospital Infantil que atenderá por convênio, SUS e particular. Sobre a eficácia dessa mudança somente o tempo responderá em termo de logística entre uma maternidade dentro da Santa Casa, inativada, e as resolutividades em espaço cuidadora e especializado em cuidar de crianças.
No seio dessa polêmica, até o próprio médico e ex-vereador Roberto Bastos destaca a competência da direção do Hospital Infantil na conquista em tempo recorde.
Só se sabe que a Santa Casa de Misericórdia tem diminuído de tamanho e de estatura perante os demais hospitais da região, permitindo-se continuar de pires na mão de forma mais humilhante. As emendas parlamentares vão continuar sendo a maior tábua da salvação do hospital.
Fonte: folhadoes.com