A ArcelorMittal Tubarão vai abrir um novo centro tecnológico no Estado. O FC Latam Digital Hub, que tem inauguração prevista para outubro, faz parte de um esforço da empresa para encontrar soluções tecnológicas a problemas já existentes, por meio de parcerias com startups e universidades.
O gerente-geral de Tecnologia da Informação e Automação da empresa, Flávio da Silva Almeida, informou que outros detalhes sobre o projeto serão divulgados nos próximos meses.
O centro tecnológico é mais uma das ações em prol da indústria 4.0 — como é conhecida a quarta revolução industrial, cuja marca é a aproximação, se não unificação, entre as tecnologias da informação e automação.
A empresa mostrou ontem que já vem se preparando para este novo modelo industrial: desde dezembro de 2015, a empresa já imprime peças plásticas em 3D, como moldes de fundição. As peças são impressas em até quatro horas, a depender da resolução, isto é, do nível de detalhamento e da durabilidade do material, conforme explicou o engenheiro de Função da ArcelorMittal Tubarão, Vander de Angeli.
“É um processo que economiza não apenas tempo, como dinheiro. Às vezes, quebra uma pecinha minúscula de uma chave, que inteira custa R$ 5 mil. Em vez de comprar toda uma chave nova, podemos apenas imprimir, em duas horas, o que quebrou”.
Além das impressões em plásticos, a empresa está se programando para iniciar os testes de impressão metálica. Os processos de inspeção de máquinas que careciam da impressão e digitação de milhares de conteúdos, hoje são feitos diretamente no celular levando a uma economia de tempo de até 65%.
No lugar das etiquetas que indicam a situação da máquina — e que, frequentemente levavam a erros —, são utilizados QR Codes, que são escaneados pelos inspetores e revelam todo o histórico.
Nesse processo, a própria máquina indica que determina peça pode apresentar defeito em cerca de 30 dias, por exemplo. Assim que a inspeção acaba, a peça é impressa e substituída.
Drones também já estão sendo utilizados para a inspeção de estruturas metálicas, principalmente em locais de difícil acesso, para identificar a necessidade de manutenção.
“Você tira o trabalhador da situação de perigo e ganha agilidade. Um trabalho que levaria dois dias, é feito em duas horas e meia com o drone”, explicou o supervisor de Manutenção da empresa, Kyowthon Marcelino da Silva.
As locomotivas já são monitoradas utilizando a Internet das Coisas. Sensores dentro da locomotiva enviam para a nuvem informações como velocidade, localização, temperatura, entre outras. Antes, a locomotiva era parada para que um profissional fizesse a checagem.
Segundo especialistas, o profissional que se atualiza é aquele que será bem-sucedido diante da quarta revolução industrial. O gerente de Tecnologia do Senai ES, Ediglei Marques, avalia que, embora muitos avanços tenham ocorrido nos últimos anos, a máquina ainda não alcança a mente humana.
“O profissional que deseja permanecer atrativo no mercado tem de ser ágil, com capacidade de aprender e tomar decisões rapidamente. Ao mesmo tempo, precisa ter bom desenvolvimento emocional, visto que os processos mudam o tempo todo. Em determinado momento, pode ser que precisemos, inclusive, trocar de profissão. Nesse cenário, também é preciso saber esquecer, isto é, aprender novas coisas, à medida que surgem. Do contrário, nos tornamos obsoletos”.
Também visando à adequação de profissionais à quarta revolução industrial, a Federação das Indústrias do Estado (Findes) inaugura, em setembro, o Findes Lab, na Reta da Penha, em Vitória, e, no próximo ano, vai abrir o Instituto Senai de Tecnologia.
Fonte: Tribuna