O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta sexta-feira (05), na entrada do Palácio do Alvorada, que cogita romper as relações do Brasil com a Organização Mundial da Saúde (OMS), caso a instituição não deixe de ter uma atuação ideológica.
Bolsonaro usou a decisão dos Estados Unidos para justificar o possível rompimento. No último dia 29, Donald Trump anunciou a saída dos Estados Unidos da OMS e o corte dos recursos norte-americanos destinados à instituição.
`A OMS é o seguinte, o Trump cortou a grana deles, voltaram atrás em tudo. Um cara que nem é médico. Eu adianto aqui. Os Estados Unidos saíram. A gente estuda, no futuro: ou a OMS trabalha sem ideologia ou nós vamos estar fora também. Ou a OMS deixa de ser política, partidária, ou nós estudamos sair de lá”, afirmou Bolsonaro aos jornalistas.
O presidente também questionou a função da organização em meio à crise do novo coronavírus e ressaltou que não está disposto a aceitar interferências externas nas políticas de saúde pública do Brasil. “Para que serve a OMS? Ela recomendou não seguir o estudo da cloroquina, e agora voltou atrás…É só tirar o dinheiro, que mudam! Não precisamos de gente lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro`, destacou.
Jair Bolsonaro também endossou o discurso de Donald Trump de que o governo chinês teria controle sobre as ações da Organização Mundial da Saúde. Há meses, o presidente norte-americano tem acusado a China de pressionar a instituição a ignorar a gravidade da doença, desde o início da pandemia do novo coronavírus.
“A China tem controle total sobre a Organização Mundial da Saúde, apesar de pagar apenas US$ 40 milhões por ano, em comparação com os cerca de US$ 450 milhões por ano que os Estados Unidos estão pagando. Nós detalhamos as reformas que ela deveria fazer e nos engajamos diretamente, mas eles se recusaram a agir”, argumentou o presidente brasileiro.
Questionado sobre a afirmação de Trump de que, se o governo norte-americano tivesse adotado as mesmas medidas que Brasil e Suécia contra a Covid-19, os EUA teriam mais de dois milhões de mortes provocadas pela doença, Bolsonaro preferiu apenas mandar um abraço para o líder norte-americano e reforçar a boa relação que tem com ele.
`É meu amigo, é meu irmão. Falei com ele essa semana. Tivemos uma conversa maravilhosa. Um abraço Trump. O Brasil quer cada vez mais aprofundar o nosso relacionamento. Torço para que seja reeleito. Trump, aquele abraço`, disse o presidente.
Fonte: SBT