Ao contrário dos seis óbitos por Covid-19 confirmados pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) até este sábado (4), os cartórios de registro civil de Minas já registraram 22 óbitos confirmados ou ou suspeitos da doença no Estado. Os dados são da Arpen Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) e foram pesquisados neste sábado pelo BHAZ.
O último boletim epidemiológico da SES, divulgado na manhã deste sábado, dá conta de 44.528 casos suspeitos de Covid-19 e 430 confirmados. Sessenta e quatro mortes estão em investigação e seis já foram confirmadas. No entanto, os dados levantados pela Arpen mostram que, desde o dia 22 de março, já foram registrados 22 óbitos relacionados à doença nos cartórios mineiros, 16 a mais do que o informado pela SES.
De acordo com a secretaria, essa diferença se dá porque a legislação brasileira exige que, mesmo que a causa da morte ainda não tenha sido confirmada por um exame, a certidão de óbito seja registrada com uma indicação da causa provável.
“Os dados podem ser interpretados como indicativo do número de ocorrências. Somente com exames é possível determinar que a causa do óbito foi por adoecimento pela Covid-19”, informou o órgão em nota enviada ao BHAZ (confira na íntegra abaixo).
Medidas de contenção
Para tentar frear o avanço do vírus, diversos estados estão adotando medidas de contenção. Autoridades de saúde pública recomendam o fechamento do comércio, escolas, igrejas e demais espaços onde exista aglomerações de pessoas.
Em Belo Horizonte, ainda no mês passado, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) suspendeu temporariamente os alvarás de funcionamento de todos os bares, restaurantes, shoppings, cinemas, parques e outros estabelecimentos que trabalhem com serviços e produtos não essenciais.
Recentemente, a prefeitura decidiu tomar outra medida de incentivo ao isolamento social: interditou a Praça da Liberdade e a Praça JK, dois dos principais espaços públicos da cidade. A medida foi tomada nesta sexta (3) e a prefeitura já informou que estuda ampliar a decisão para outras praças da cidade.
No Brasil
De acordo com dados atualizados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (3), o Brasil tem 9.056 casos confirmados de Covid-19 e 359 mortes em decorrência da enfermidade, o que significa um índice de letalidade de 4%. O maior número de casos registrados se concentra na região Sudeste, com 62% do total. Até agora, a região Norte é a que tem menor índice de contágio, com 427 casos registrados.
Do dia 30 para o dia 31 de março, o número de novos casos registrados passou de 323 para 1138 e os registros diários têm se mantido no mesmo nível desde então. Nesta sexta (3), foram registrados 1146 novos casos.
De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e Membro do Comitê de Contingência do Coronavírus, o tamanho da epidemia de Covid-19 no Brasil deverá ser percebido já nas próximas semanas.
O que diz a SES?
“Sobre a sua solicitação, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que a certidão de óbito é um documento expedido nos termos da Lei Federal Número 6.015, de 31 de Dezembro de 1973, conhecida como Lei dos Registros Públicos e normatizações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunais de Justiça. A legislação preconiza que, ainda que não haja certeza da causa da morte, por exemplo, por um exame que traga essa comprovação, faz-se o registro indicando a causa provável. Havendo comprovação posterior sobre a causa da morte, é possível a retificação desse dado, nos termos da legislação.
Com relação aos dados apontados em sua demanda, eles podem ser interpretados como indicativo de número de ocorrências, mas não há como estabelecer relação de causa e consequência, pois somente com exames é possível determinar que a causa do óbito foi por adoecimento pela Covid-19. Sendo assim, ressaltamos os dados publicados no último Boletim Epidemiológico. Até o momento são casos 44.528 suspeitos para Covid-19, 430 casos confirmados. Sessenta e quatro (64) óbitos estão em investigação e seis (seis) foram confirmados.”
Fonte: BHAZ