George Pell é agora o nome mais forte da igreja a ser considerado culpado por delitos sexuais. Casos envolvem meninos de 13 anos
A condenação de um ex-tesoureiro do Vaticano por cinco acusações de abuso sexual, cometidas mais de duas décadas atrás, é destaque na imprensa internacional nesta terça-feira (26) — assista à reportagem do Jornal da Record abaixo.
O site do jornal espanhol El País, por exemplo, dedicou uma manchete à notícia de que “o número três” da Igreja Católica foi culpado pelas agressões.
Conselheiro próximo do Papa Francisco, o cardeal George Pell — afastado do cargo pelo pontífice em dezembro — é agora o nome mais forte da igreja a ser condenado por pedofilia. Os casos envolvem delitos sexuais cometidos contra os meninos de 13 anos ocorridos na sacristia da Catedral de São Patrício de Melbourne, onde Pell era arcebispo. Uma das vítimas morreu em 2004.
Cada um dos cinco delitos implica um máximo de 10 anos de prisão. Os advogados de Pell apresentaram uma apelação contra o veredicto com três argumentos — que, se aceita, pode levar a um novo julgamento.
El País diz que abusos envolvem meninos de 13 anos
Reprodução/El País
A rede de notícias britânica BBC também destacou que o cardeal australiano foi considerado culpado pelas agressões sexuais. Já a agência de radiofusão pública canadense CBS News apontou que Pell diz não ser culpado pelos delitos.
‘Notícia dolorosa’
CBS aponta que Pell diz não ser culpado
Reprodução/CBS News
Em comunicado, o Vaticano afirmou que a condenação “é uma notícia dolorosa”.
“Uma notícia dolorosa, que estamos conscientes que chocou muitíssimas pessoas, não somente na Austrália. Como afirmamos em outras ocasiões, reiteramos o máximo respeito pelas autoridades judiciais australianas. Em nome deste respeito, recordamos que o cardeal Pell reiterou sua inocência e tem o direito de se defender até a última instância”, disse o diretor da sala de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti.
The Guardian repercutiu condenação de Pell
Reprodução/The Guardian
O jornal britânico The Guardian veiculou, além da notícia da condenação, reportagens especiais sobre a trajetória do ex-tesoureiro e como seus crimes foram descobertos.
Pell, que continua sob fiança, deixou o tribunal em Melbourne, na Austrália, nesta terça-feira sem falar com os repórteres, que o cercaram enquanto ele seguia da escadaria da corte para um carro que o aguardava.
Um sobrevivente de abuso infantil, que se identificou como Michael Advocate, já que a lei australiana veta a divulgação de seu nome verdadeiro, gritou para Pell: “Queime no inferno”.
O cardeal deve voltar à corte na quarta-feira (27) para o início da audiência de declaração de sua pena.
Fonte: R7