Em uma época em que o mundo fala praticamente a mesma língua, com tantas confirmações de pessoas infectadas e de histórias de quem não venceu esse vírus mortal, há algo que traz esperança e incentivo diante de tantas incertezas: a quantidade de curados.
São mais de 340 mil pessoas no mundo que já se curaram em meio à pandemia. No Estado, dos 349 casos confirmados, 41 venceram a doença e hoje dão força a quem está passando pela mesma situação.
Demonstrando fé em suas palavras, a empreendedora Vanusa Xavier, de 44 anos, que mora no Morro do Quadro, em Vitória, e faz trabalhos voluntários em paróquias da Igreja Católica, é um dos casos de quem superou a doença e, muito agradecida diz: “Estou curada, graças a Deus”.
Vanusa, que tem hipertensão, colesterol alto, problema de tireoide, é cardíaca e toma remédio controlado, suspeita que foi infectada por pessoas que vieram da Itália.
Após sentir falta de ar, ela percebeu que algo estava errado e procurou atendimento médico. Foi quatro vezes ao posto de saúde, mas foi liberada.
Com tosse e sem paladar, procurou o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, fez exames e ficou em isolamento domiciliar, desde o último dia 26.
A Tribuna – O que mudou na sua rotina desde de que foi diagnosticada com Covid-19?
Vanusa Xavier – A rotina muda completamente. Eu moro em uma casa duplex. Meu marido e filha ficam na parte de baixo e eu no segundo andar. Meu marido trazia as coisas para mim. Tudo era esterilizado antes de ser devolvido para ele e minha filha.
Os dois também fizeram quarentena. As compras eram feitas por amigos, que deixavam do lado de fora da casa.
Durante esse período de isolamento eu era monitorada pela equipe da Secretaria de Estado da Saúde. Os profissionais me ligavam diariamente. Tive que retornar algumas vezes ao Hospital Jayme Santos Neves, pois precisavam monitorar o meu pulmão.
Como está agora?
Melhorei muito. Já sinto o gosto, cheiro da comida, mas ainda sinto fraqueza, pois perdi muito peso. Ainda sinto cansaço ao subir as escadas.
Mas está curada?
Sim, estou curada graças a Deus. Agradeço a Deus por está aqui para poder compartilhar com outras pessoas essa experiência e pedir que elas se cuidem, porque não é brincadeira. Mas fico o restante da recuperação agora fora do isolamento, com os cuidados com minha família.
Como está o seu psicológico?
Ficou um pouquinho mexido. Vendo nossos irmãos passarem o que estão passando é muito triste, mas quando acontece com a gente, além de ser triste, é tudo muito confuso. Mas conseguimos vencer graças às orações de todos.
São muitos agradecimentos. Os profissionais da saúde que me acolheram no momento certo, os alimentos para aumentar a imunidade.
Claro, vai demorar um pouquinho para superar os traumas, mas estamos seguindo em frente, graças ao bom Deus.
Qual foi a sensação quando saiu do isolamento?
Alegria. Fui recebida com um bolinho feito por minha filha, de 13 anos, e meu esposo, mesmo ainda de longe. O apoio da minha família, os amigos estiveram juntos conosco em orações, tudo isso foi muito importante. Foram muitas orações, graças a Deus.
Sua família está bem?
Todos bem graças a Deus. Foi um milagre de Deus eles não terrem se infectado.
Qual a mensagem que deixa para quem está passando por isso?
Eu falo que o medo, a ansiedade e a falta de fé estão matando mais do o vírus. Mas o desespero é pior. É preciso ter fé, calma, acreditar que tudo vai passar.
Por isso é o que mais peço às pessoas é que, quem puder, fique em casa e quem não puder, se cuidar ao sair.
É preciso entregar nas mãos de Deus, seguir corretamente as orientação médicas e ter calma.
Ficar em casa e manter o isolamento social são os melhores remédios. Só comecei melhorar quando voltei com minhas forças, principalmente espirituais. É preciso ter fé que Jesus é maior do que qualquer vírus. Ele pode e vai parar tudo isso.
Fonte: Tribuna