O Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para 5% ao ano, no menor patamar da história. E ainda indicou que ela deve chegar a 4,5% ainda neste ano. Se por um lado isso estimula investimentos e favorece a economia, de outro faz surgir o risco de a poupança perder para inflação, virando uma má opção.
Investimento mais popular do País, a caderneta tem 2 milhões de adeptos no Espírito Santo. E, se a inflação subir ou a Selic cair, esses poupadores podem perder dinheiro, em vez de ganhar, por conta da desvalorização do real. Isso porque o rendimento da poupança é atrelado à taxa básica de juros.
A poupança rende uma taxa de 0,5% ao mês – ou 6% ao ano —, mas só para o dinheiro depositado até maio de 2012, quando começou a política de redução de juros, na época da ex-presidente Dilma Rousseff. A esse rendimento, é somado a Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada.
Só que, desde então, valores depositados na caderneta passaram a render menos quando a Selic está abaixo de 8,5%. Nesse caso, o rendimento da poupança é de 70% da Selic, mais a TR. Essa decisão foi tomada para evitar que grandes investidores utilizassem a poupança para obter ganhos em um cenário de juros mais baixos.
Segundo o economista Mário Vasconcelos, somados os valores, a caderneta renderá cerca de 3,5% ao ano. As projeções para a inflação, por sua vez, são de 3,3% em 2019 e 3,6% no ano que vem. Na prática, o ganho real seria nulo.
Sócio da Valor Investimentos, Luiz Alberto Caser afirma que, dentro dessa perspectiva de juros baixos, é preciso ficar atento e aprender a correr algum risco, caso o poupador deseje que seu dinheiro renda mais: “Existe uma série de outras alternativas para quem deseja aplicar dinheiro em alguma coisa, seja seu perfil conservador, moderado ou agressivo.”
Migração
O diretor de Economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Roberto Vertamatti, destacou que já há migração de aplicadores da poupança para investimentos de renda fixa variável:
“Já tem muita gente migrando para a Bolsa de Valores ou fundos que tenham composição de renda fixa e variável.”
Confira a reportagem completa no jornal A Tribuna deste sábado.
Fonte: Tribuna