Como o processo ainda tramita em segredo de Justiça, os nomes dos empresários presos não foram divulgados
Cinco empresários do setor cafeeiro foram presos na manhã desta terça-feira (8) acusados de participar de um esquema que pode ter desviado até R$ 260 milhões dos cofres estaduais nos últimos cinco anos. As prisões aconteceram dentro da Operação Torrefação deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPES) que cumpriu os mandados de prisão temporária, com prazo de cinco dias prorrogáveis por mais cinco.
O Gazeta Online apurou que os presos são grandes empresários do agronegócio capixaba, que chegam a lucrar até R$ 2 milhões por dia. O MPES também cumpriu 27 mandados de busca e apreensão na Grande Vitória e nos municípios de Linhares, Colatina, São Roque do Canaã, Rio Bananal e Marilândia.
Desde junho, quando a Receita Estadual descobriu as irregularidades, promotores já investigavam a compra de precatórios da trimestralidade. Considerados “créditos podres” por estarem suspensos pela Justiça, estes recursos eram usados para a compensação de pagamentos de ICMS à Receita Estadual, transação não permitida pelo Governo do Estado. Ao menos nove empresas, todas atuantes no setor cafeeiro, teriam se beneficiado da fraude para burlar os cofres públicos.
Outro método usado era a emissão de notas fiscais falsas, simulando a compra de café em outros estados, como se o imposto já tivesse sido pago na saída do estado de origem. Este foi o mesmo esquema desbaratado pela Operação Robusta II, em 2013, quando o MPES descobriu um prejuízo de R$ 1,7 bilhão em impostos.