Uma mulher foi esfaqueada pelo companheiro, na casa onde moravam, em Sobradinho. Após ser atingida com golpes no abdômen, no último domingo (26/05/2019), Leucilete da Silva Moraes, 54 anos, correu e buscou abrigo na residência de uma vizinha, que solicitou socorro médico. No Distrito Federal, já ocorreram 14 casos de feminicídio neste ano.
De acordo com o delegado-chefe da 33ª Delegacia de Polícia, Hudson Maldonado, após tentar matar a companheira com uma faca de açougueiro (foto em destaque), Antônio Gerardo, 63, teria ido até um estabelecimento comercial próximo. No local, ele confessou o crime a um conhecido, que é policial civil aposentado.
“Ele relatou o ocorrido como se estivesse desabafando. Embora aposentado, o policial civil deu voz de prisão ao Antônio, que foi ratificada pelo delegado de plantão na 33ª DP”, explicou Maldonado ao Metrópoles.
Segundo Maldonado, em depoimento prestado na unidade policial, o suspeito alegou que estaria sendo traído pela mulher e, por isso, cometeu o crime. “Tentou justificar, se é que há alguma justificativa, dizendo que teria agido por ciúmes. Uma dupla covardia. Tanto na tentativa de feminicídio quanto na tentativa em imputar conduta desonrosa à vítima”, completou.
Antônio Gerardo foi preso em flagrante e responderá por tentativa de feminicídio. Se condenado, pode receber pena de até 30 anos de prisão.
De acordo com o delegado, o estado de saúde de Leucilete é considerado grave e a vítima segue internada no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), sem previsão de alta médica.
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.
O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.
Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.
FONTE: METROPOLES