A primeira a ser ouvida pelo juiz foi a advogada Ana Paula Morbeck, que representa a família de Milena na processo da guarda das filhas da médica
A Justiça começou a ouvir na manhã desta terça-feira as testemunhas do caso da médica Milena Gottardi, morta após ser baleada no estacionamento do Hospital das Clínicas, em setembro. Com roupas de presidiários e sentados um do lado do outro, os réus acompanharam dois dos três depoimentos que aconteceram pela manhã.
A primeira a ser ouvida pelo juiz foi a advogada Ana Paula Morbeck, que representa a família de Milena na processo da guarda das filhas da médica.
Ela pediu para falar na ausência dos réus e, por isso, o juiz Marcos Pereira Simões, da 1ª Vara Criminal de Vitória, decidiu inverter a ordem dos depoimentos – o delegado Janderson Lube, que esteve à frente das investigações do caso na Polícia Civil, estava programado para falar primeiro.
Os seis réus, entre eles o ex-marido de Milena, o policial civil Hilário Frasson, e o ex-sogro da médica, Esperidião Frasson, acompanharam os depoimentos do delegado e do investigador Igor Carneiro.
O comboio de viaturas da Sejus que levaram os réus, chegou no Fórum Criminal, em Vitória, às 9h em ponto. Esperidião e Hilário, apontados como mandantes do crime, foram levados na mesma viatura juntos com Hermenegildo Filho e Valcir da Silva, que segundo denúncia do Ministério Público, foram os intermediários do crime.
Dionathas Alves, acusado de ter atirado contra Milena, e Bruno Rodrigues, que deu apoio ao executor, foram conduzidos cada um em uma viatura separada. Todos eles desceram do carro algemados e no salão do júri, no quarto andar do prédio do Fórum, ficaram lado a lado, sentados em cadeiras encostadas na parede.
Na porta do Fórum, o advogado de defesa de Hilário, Homero Mafra, voltou a criticar o que chama de celeridade seletiva da Justiça.
“O advogado não pode reclamar de celeridade. Mas o advogado tem o direito de reclamar quando essa celeridade é imposta a um só processo. Não se fazem audiências pela manhã, e estão sendo feitas. A pauta está sendo atropelada”, protesto.
Amigos e familiares de Milena também estiveram na porta do fórum, pedindo Justiça. Emocionada, a médica Tatiane Mascarenhas, que se formou com Milena na faculdade, se emocionou ao falar do caso.
“Que a gente tenha Justiça rápida, que esse sofrimento, que essa angústia. Ela merece essa Justiça rápida. E a gente acredita que essa Justiça vai ser feita”, pediu.
Na quarta-feira, mais oito testemunhas de acusação serão ouvidas pela Justiça. O restante das audiências serão realizadas nos dias 30 e 31 de janeiro.