Um projeto de física preparado por estudantes para uma feira de ciências foi parar nas mãos de um assaltante, na manhã dessa sexta-feira (16), em Alecrim, Vila Velha. Uma adolescente de 17 anos estava com o trabalho quando foi abordada pelo criminoso. Ele conseguiu fugir e não foi preso.
De acordo com a vítima, que não será identificada em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o crime ocorreu por volta das 7h. Ela contou que estava a caminho da escola, na companhia de uma amiga, também de 17 anos, quando as duas foram abordadas por um motoqueiro de capacete.
“Estávamos a menos de 200 metros da escola. O bandido chegou em uma moto preta e parou ao nosso lado.”
O ladrão ordenou que as duas estudantes ficassem contra a parede. “Ele não mostrou arma nenhuma, mas colocou a mão na cintura como se estivesse armado. Nós ficamos com medo, não dava para saber se ele estava fingindo ou não”, destacou a jovem.
Em seguida, o criminoso exigiu que as duas amigas entregassem as mochilas. “O meu celular estava na mochila e foi roubado. Já o da minha amiga estava na cintura dela e o bandido não pegou. Depois, ele mandou a gente ir embora”.
De acordo com a estudante, dentro da mochila dela estava parte de um projeto de física que ela iria apresentar hoje, em uma feira de ciências da escola.
“O trabalho era em trio e nós passamos três semanas fazendo. Na hora do assalto, eu pensava mais nele do que no celular. Mas não teve nem como eu pedir que o ladrão não o levasse. Ele estava nervoso, agressivo.”
Dentro da bolsa, também havia um trabalho teórico que seria entregue pela aluna.
Após o assalto, as adolescentes correram até a escola e ligaram para os pais. Mais tarde, uma das estudantes foi com a mãe ao 18º Distrito Policial de Cobilândia, no mesmo município, e registrou a ocorrência.
“Mais triste pelo trabalho do que pelo celular”
Assustada, após ser vítima de um assalto, no bairro Alecrim, em Vila Velha, e ter parte de um trabalho que iria apresentar na feira de ciências da escola levado pelo criminoso, a estudante de 17 anos conversou com a reportagem de A Tribuna. Ela afirmou que ia tentar refazer a parte do trabalho que foi roubada com a ajuda de colegas.
A Tribuna – Vocês perceberam a aproximação do criminoso?
Estudante – Quando eu percebi ele já estava em cima da gente. Nem pensei em fazer nada, fiquei paralisada. Ninguém espera ser abordada assim a caminho da escola.
O que tinha dentro da mochila que foi roubada?
Além do meu celular, tinha um trabalho para entregar e parte de um projeto que eu e mais duas amigas iríamos apresentar amanhã (hoje), na feira de ciências. Estou mais triste pelo trabalho do que pelo celular.
Como era esse trabalho?
A gente ia montar uma cadeira de pregos, era um experimento. Sem essa parte que foi roubada, não tem como apresentar nada. Conversei com as minhas amigas e nós vamos nos reunir hoje (sexta), durante a tarde e noite, para tentar refazer a parte que foi roubada. Não sei se vamos conseguir, mas vamos tentar. Foram três semanas para fazer tudo e, agora, temos pouco tempo para refazer.
E se não der certo?
Acho que a escola vai entender o que aconteceu e nos avaliar de outra maneira.
O que o assaltante levou da sua amiga?
Ela também teve trabalhos e redações que valiam nota levados. O material estava na mochila dela.
Você acha que o ladrão estava armado de verdade?
Não faço ideia. Na hora, eu achei que estava. Achei até que ele poderia atirar. Por isso, nem pensei em reagir e entreguei tudo. Outros alunos foram assaltados também. Achamos que é o mesmo bandido
Fonte: Tribuna