Padre Gabriel Maire foi assassinado em dezembro de 1989 e, 28 anos depois, crime prescreveu. Pedro Valls Feu Rosa fez desabafo em despacho publicado no site do TJ

Um crime que, quase três décadas depois, seguirá impune: o assassinato de padre Gabriel Maire, em dezembro de 1989, que chocou o Espírito Santo. Sacerdote no município de Cariacica, o religioso era famoso por lutar contra a corrupção e em defesa das minorias. Vinte e oito anos depois, a investigação do assassinato do padre – rendido por bandidos e morto a tiros dentro do próprio carro -, prescreveu. Envergonhado com a lentidão da Justiça e a impunidade, o desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Pedro Valls Feu Rosa, utilizou o seu despacho – publicado no site do órgão -, para pedir desculpas à Igreja Católica, à sociedade e à família do padre pela prescrição.
No texto, o desembargador faz questão de elogiar a conduta do padre Gabriel, destacando a firmeza do sacerdote, que “não se deixou intimidar. De forma quase que temerária, saiu em defesa dos oprimidos, que buscou conscientizar e organizar. De peito aberto, denunciou tenebrosos esquemas de corrupção.”

Pedro Valls Feu Rosa
Foto: Edson Chagas