O menino de 4 anos, que foi atropelado e morto acidentalmente pelo próprio pai, tinha paralisia cerebral e estava aprendendo a andar, segundo vizinhos.
O acidente aconteceu na tarde de ontem, no bairro Alterosas, na Serra. O pai, um mecânico que não teve o nome divulgado, voltava da feira por volta das 12 horas e entrou de ré com o carro na garagem de casa.
Segundo as testemunhas, ele percebeu que tinha passado por cima de algo. Ao sair do carro para verificar o que era, se deparou com o filho machucado, entrou em desespero e gritou por socorro.
A criança foi colocada dentro do carro pelo pai, com ajuda de outros familiares, e foi levada ao Hospital Dr. Jayme Santos Neves, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo testemunhas, na garagem funciona uma oficina mecânica que pertence ao pai da criança. De acordo com vizinhos, o menino tinha paralisia cerebral e há poucos dias havia começado a andar. No momento do acidente, ele estava brincando na garagem.
O corpo da criança foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. A família compareceu à Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), onde a mãe e o pai prestaram depoimento. Vizinhos e testemunhas também foram ouvidos pelo delegado plantonista, Franco Malini.
De acordo com o delegado, o pai se apresentou espontaneamente à delegacia para prestar depoimento. “O pai estava muito comovido. A princípio, ele não será autuado. O caso está sendo tratado como um acidente de trânsito”, revelou.
A reportagem tentou falar com a família, que preferiu não dar entrevista, pois todos estavam em choque. O nome do pai não foi divulgado, pois, segundo o delegado, não houve crime.
Exames prontos em 15 dias
O delegado plantonista da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Franco Malini, explicou para a reportagem de A Tribuna que o pai da criança morta por atropelamento na garagem de casa foi até o Departamento Médico Legal (DML) fazer o exame toxicológico e alcoólico, que deve ficar pronto em até 15 dias.
“O pai prestou socorro à vitima e veio até à delegacia, junto com a mãe da criança prestar depoimento. Ele passou pelos exames que dirão se, de fato, a morte da criança foi um acidente”, afirmou.
De acordo com o delegado, caso seja apontada a presença de álcool no sangue, ele poderá ser indiciado por homicídio culposo.
“Nesse momento, ele não será autuado ou preso. O pai afirmou que não fez uso de bebida alcoólica e nem de droga, além de ter se prontificado a fazer os exames”, disse o delegado.
Segundo Malini, a princípio, o caso foi avaliado como um acidente e ficará a critério do delegado titular da DHPP, José Lopes, decidir se faz o encaminhamento para a delegacia de delitos de trânsito.