Morre na Serra Edgard dos Anjos, irmão do deputado Enivaldo dos Anjos

Internado há aproximadamente um ano no  Vitória Apart Hospital, acometido por uma doença degenerativa, que o impedia até mesmo de respirar, o que fazia por aparelhos, morreu na madrugada deste domingo (6) o segundo mais velho dos irmãos “Euzébio dos Anjos”, Edgard, aos 80 anos.

É a segunda perda recente de pilares da família do deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD), que estava em São Mateus e retornou para o sepultamento no Jardim da Paz, na Serra, às 15 horas. Edgard era tio do vereador Mazinho dos Anjos (PSD), de Vitória.

Em 2017, morreu também Edith, a mais velha dentre 10 filhos de dona Samina e Astrogildo Romão dos Anjos, que era oficial de Justiça em Barra de São Francisco. Dos sete homens, Edgard era o mais velho e exerceu grande influência sobre os irmãos, conforme observou o jornalista Tinoco dos Anjos, que entrou na profissão, juntamente com outro irmão, Erildo, por influência de Egard, que nos anos 70 assumiu a direção do jornal “O Diário”, a famosa escolinha de jornalistas capixabas quando não existia ainda o curso superior de Comunicação Social. Por suas mãos passaram jornalistas como Rogério Medeiros, Paulo Bonates, Amilton de Almeida e Rubinho Gomes.

Edgard era uma espécie de pai para todos nós. Nossos pais morreram muito cedo e quem assumiu esse papel de arrimo foi a Edite e o Edgard, que veio para Vitória muito cedo e abriu o caminho, trazendo todos os irmãos. O Enivaldo foi quem ficou mais tempo em Barra de São Francisco, porque se casou por lá, gostava de envolvimento político, tanto que acabou virando deputado, prefeito e voltou à Assembleia, Tribunal de Contas, e ficando raízes em Vitória mais tarde do que nós”, disse Tinoco dos Anjos, 66 anos.

A morte de Edgard, na avaliação de Tinoco, foi de certa forma um alívio para o irmão: “O Edgard era muito falante, gostava de ficar conversando. Quando ele ainda tinha alguma lucidez, mesmo no hospital, a gente ia lá e ele ficava querendo conversar, mesmo respirando por aparelhos. A maior parte do tempo ele ficou em coma. Os médicos o mantiveram vivo o máximo que puderam, mas nesta madrugada chegou a hora de ele descansar”.

Edgard gostava de comunicação. Além de dirigir o jornal O Diário, teve também uma revista e uma agência de publicidade, mas o de que mais gostava era de intermediar negócios. “Ele era lobista assumido, era o que gostava de fazer. Numa época em que um monte de gente fazia lobby às escondidas, o Edgard fazia e assumia isso publicamente. Isso gerou alguns problemas para ele, mas era assim que ele sabia viver: rodeado de amigos e sendo transparente”, disse Tinoco.

O primeiro dos dez irmãos a morrer foi Evalde, o “Zico”, que trabalhava na Bahia. Os nove restantes gravitaram em torno de Edgard e, com o tempo, quem passou a ter essa influência foi Enivaldo, pela sua própria trajetória de liderança política, de acordo com Tinoco. Continuam a jornada da vida da família Euzébio dos Anjos, pela ordem, os irmãos Eni, a “Preta”, 76 anos; Erli, Erildo, Enivaldo, Tinoco e os gêmeos Edmar e Elisete.

O deputado Enivaldo dos Anjos fez um resumo da vida do irmão mais velho: “Edgard viveu a vida, não abria mão do humor, criatividade, ousadia e empreendedorismo. Em tudo que fazia queria ser o melhor, fez o melhor jornal de Vitoria, desbancou com o jornal O DIÁRIO o crime organizado, que matava e enterrava gente na areia de Camburi, foi dirigente do Vitoria FC, junto com Salvador Costa e fizeram os melhores times do Vitória. Gostava de contar histórias e era mão aberta com dinheiro. Certa vez se hospedou no Copacabana Palace, no Rio, só para entrar no elevador com a atriz Claudia Cardinalle. Ajudou muita gente com grana, com emprego, tinha prazer em esbanjar. Quando era amigo, era protetor e amparava. Seu melhor amigo foi o Élcio Álvares, de quem era fã ardoroso”.

Fonte: Site Barra

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