Uma projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a população LGBT do Brasil é de mais 20 milhões de pessoas. Apesar de ser um número substancial, na política a presença de membros vindos de movimentos gays ainda é pequena.
Pensando nisso, alguns partidos do Estado têm apostado em gays, lésbicas, travestis e transexuais, vindos dos seus próprios diretórios, para compor chapas visando vagas de deputado estadual, federal e até de senador da República.
Oito nomes despontam em busca de um lugar no centro da política estadual e nacional, representando siglas como PT, PDT, PCdoB, Psol, PSB e MDB.
O objetivo dos partidos foi buscar esses nomes a tempo do prazo de registro de candidatura, que termina em agosto. Já as filiações foram encerradas no último dia 7.
O doutorando da Universidade de Brasília (UnB) Cleyton Feitosa, autor de um estudo sobre a participação dos gays na política brasileira, afirma ser preciso mudar o cenário em que estamos, de um política dominada por valores patriarcais.
“Convivemos com parlamentares reacionários, apresentando projetos LGBTfóbicos como o Estatuto da Família e a cura gay, por exemplo”, avaliou.
A fala de Feitosa vai ao encontro dos LGBTs cotados a vagas na Assembleia Legislativa do Estado. A produtora musical Evelyn Macedo (MDB), lésbica e candidata a deputada estadual, enfatiza o discurso de que as decisões que dizem respeito aos LGBTs devem ser capitaneadas por quem vive, de fato, a realidade dos homossexuais.
“É uma briga nossa. Não podemos deixar que políticos distantes da nossa realidade decidam sobre o que é necessidade para nós”.
Já Rogério Amaral, trabalhador autônomo que quer ser deputado pelo PSB, acredita que o próprio meio LGBT, do qual faz parte, peca pela falta de interesse pela política.
Enquanto isso, o estilista João Venâncio (PSB) disse que, caso seja eleito deputado estadual, vai focar em bandeiras como direito a delegacias específicas para o atendimento de LGBTs, por exemplo.
DADOS
Em 2016, dos 377 candidatos que concorreram a uma vaga de prefeito ou vereador, apenas 25 foram eleitos, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Informações Tribuna Online / Foto: Kadidja Fernandes.