Cientistas políticos avaliam que partido carece de lideranças com expressão nacional
Cientistas políticos avaliam que a mudança de nome do P
MDB, que optou por retomar o MDB, faz parte de uma estratégia que combina o afã do eleitorado pela novidade — vista como uma espécie de salvaguarda para os partidos na próxima eleição — com a nostalgia dos tempos áureos da legenda, quando era comandada por personalidades como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.
Para analistas, o novo MDB carece justamente de sua característica original: lideranças que representem o desejo popular por um modelo democrático. A atual cúpula do partido é investigada no Supremo Tribunal Federal, entre eles, Michel Temer, que comandou a sigla por 15 anos e se tornou o primeiro presidente da República a ser denunciado durante o mandato.
“As instituições falam através das suas lideranças. O problema da vida política, em particular do PMDB, é que não existe uma liderança que seja nacionalmente respeitada e capaz de liderar o partido em uma disputa eleitoral”, avalia Eurico Figueiredo, da UFF.
Com a mudança, a sigla repete a atitude de partidos que se inspiram em movimentos políticos da Europa para evitar desgaste nas eleições de 2018.
“A sigla quer deixar o estigma político que está configurado nas pesquisas: a rejeição aos partidos. E procura uma memória social, o que não se sustenta, pois ela é estritamente acadêmica. É uma aposta na confusão do eleitorado que não acompanha o noticiário”, argumenta Paulo Baía, da UFRJ.